Papo de Mãe

Janeiro, mês de férias e de cuidado redobrado com as crianças e as fraturas

Roberta Manreza Publicado em 12/01/2017, às 00h00 - Atualizado às 10h47

Imagem Janeiro, mês de férias e de cuidado redobrado com as crianças e as fraturas
12 de janeiro de 2017


Por Dr. Sérgio Costa*, ortopedista

Janeiro é o mês de curtição para a criançada: férias, calor, viagens, parques, entre outras opções. No entanto, este é justamente o período em que os pais devem ter atenção redobrada, já que muitas atividades podem resultar em lesões graves. Às vezes, por uma questão de segundos de desvio de olhar, acontece um acidente.

Se a criança caiu de bicicleta, por exemplo, e ficou semi-inconsciente, chame imediatamente o resgate. Verifique as vias aéreas (boca e nariz) e confirme se ela está respirando. Evite mexer na criança e, caso perceba sinal de fratura, não tente colocar os ossos no lugar. Isso pode agravar seu quadro. Garanta que a criança respire, mantendo livre acesso das vias aéreas. Para isso, mantenha a calma, evite tumulto ao seu redor e tente conversar com a criança até o resgate chegar, para que ela não entre em estado de inconsciência.

Se o caso não for muito grave, apenas limpe as feridas com água corrente e algum antisséptico. Pode ser usado também água corrente e sabonete. Compressa com gelo no local atingido diminui o hematoma e alivia a dor. Muitas pessoas acreditam que certos produtos podem ajudar, como sal, pasta de dente ou pomadas. Isso é lenda. Não utilize em hipótese alguma. Se a batida foi na cabeça, mesmo que tenha sido leve, é importante leva-la ao Pronto-Socorro para fazer exames de imagem e se certificar que não houve nenhuma lesão interna.

Se, no hospital, o diagnóstico for de fratura, o tratamento será a imobilização com gesso e repouso. Mas, em casos mais graves, como fraturas expostas ou que possam comprometer algum órgão, haverá necessidade de cirurgia para alinhar o osso e, posteriormente, realizar a imobilização. As fraturas mais comuns são na mão, no braço, no cotovelo e no antebraço. Isso porque, por uma questão de reflexo, os membros superiores são a nossa defesa. Quando caímos, a primeira reação é nos proteger com as mãos e/ou os braços para amenizar a queda. A Ortopedia encara a fratura de cada osso de maneira isolada, e tem uma classificação diferente para cada um deles. Geralmente, as fraturas articulares (perto da articulação) e aquelas com desvios grandes são consideradas cirúrgicas.

O fato é que crianças se machucam mais do que os adultos, pois elas têm mais ousadia, menos medo e, dependendo da idade, uma coordenação motora em desenvolvimento. Daí a importância do monitoramento constante dos pais ou responsáveis. Vale frisar que o adulto deve informar à criança sobre os riscos de cada atividade que fizer, além de exigir dela o uso de acessórios de segurança quando fizer uso da bicicleta ou do skate, por exemplo, como capacete, luvas, cotoveleiras, joelheiras e tornozeleiras. É bem provável que a criança relute em usar os acessórios. Por isso, coloque também seus itens de segurança, pegue sua bicicleta e diga que vai passear com ela. Filhos adoram imitar os pais, e este será um excelente exemplo a ser dado!

Dr. Sérgio Costa*, Ortopedista com Especialização em Cirurgia de Joelho, Artroscopia e Próteses pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP); Pós-Graduado pela Faculdade de Medicina da USP em Ortopedia e Traumatologia; Mestre pela USP; e Coordenador da Equipe Médica do Hospital São Luiz, unidade Itaim.

www.drsergiocosta.com.br

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