Papo de Mãe

S.O.S. PAPO DE MÃE

pmadmin Publicado em 02/02/2011, às 00h00 - Atualizado às 13h10

2 de fevereiro de 2011


Oi, pessoal!Quem acompanha o programa sabe que neste último domingo reprisamos o Papo de Mãe sobre Homossexualidade. Recebemos muitos e-mails de telespectadores que nos enviaram perguntas as quais foram prontamente respondidas pelas especialistas colaboradoras do Papo de Mãe. A seguir vocês conferem algumas delas.
QUEM PERGUNTA: telespectadora que prefere não se identificar.Olá. Sou separada e crio meus filhos sozinha. A minha filha, uma menina linda, que até outro dia namorava meninos e estava apaixonada por um rapaz, me informou, recentemente, que gosta de se relacionar com meninas. Fiquei sem chão. Estou tonta, não consigo conversar com ela… A minha vontade era de fugir, fugir do problema, sumir, não sei o que fazer, como resolver… Preciso de ajuda!! QUEM RESPONDE: Especialista que participou do Papo de Mãe sobre Homossexualidade Edith Modesto, escritora e fundadora da primeira ONG brasileira destinada a acolher pais de filhos homossexuais.
Edith Modesto
Minha querida, nós não fomos preparadas para ter filhos/as homossexuais, nem eles/elas! Sua filha deve ter tentado ser heterossexual e se casar com um rapaz, como você sempre sonhou. Aliás, também era o sonho dela. Amiga, a homossexualidade não é uma escolha, é uma condição natural e espontânea do ser humano. Sua filha deve ter lutado bastante contra a natureza dela. Que filha quer fazer a mãe sofrer? Que filha quer ser diferente da maioria das amigas? Quem sabe você entra no nosso grupo virtual de mães? Você conversará com mães do Brasil todo. Nós nos identificamos umas com as outras, trocamos idéias, e tudo que conversamos é confidencial. Se você for de Sampa, poderá vir às nossas reuniões presenciais. Acesse http://www.gph.org.br/ e entre em contato. Beijos, Edith.Mais perguntas:De Jaílson:Sou homossexual e moro com minha mãe. Confessei minha homossexualidade há 5 anos, mas ela não aceita e nem toca no assunto. O que faço, pois ela é policial e não admite tal fato. Socorro. Obrigado!Edith Modesto:Caro Jailson, o preconceito é internalizado em todos/as nós, desde que nascemos. Sua mãe, como policial, deve ter aprendido que ser gay é uma escolha (opção) de gente safada, sem-vergonha, ou é uma doença… Vc já imaginou como ela deve sofrer com isso? Tente entender o motivo pelo qual sua mãe não o apoiou, amigo. Chegue-se a ela, tente ajudá-la, diga que o amor e o apoio dela são muito importantes para você e, importante, diga que vc é gay, não escolheu! Beijos, Edith.

De Ícaro:Tenho 16 anos e me assumi homossexual para a família com 14 anos. Eu tenho um namoro de 8 meses, minha mãe o conhece e para meu pai ele é somente um amigo meu. No colégio eu tenho sofrido perseguição de um certo grupo, já procurei a diretoria, mas providencias não foram tomadas. O que eu deveria fazer em questão ao colégio?Edith Modesto:Ícaro, esse tipo de discriminação não se aceita. Na semana próxima, estou indo a BH capacitar 140 diretores de escolas sobre diversidade de orientação sexual e de identidade de gênero. Eu gostaria de falar com a direção da sua escola. Você me manda o contato para [email protected]. Eu capacito os professores e tudo vai ficar bem para você, amigo. Beijos, Edith. *** QUEM PERGUNTA: Telespectador Alex Minha família sabe da minha orientação, mas na rua no trabalho ainda sou hetero e isso me deixa constrangido. Queria saber qual é a melhor maneira de dizer em meu trabalho que não sou hetero e que sou gay? QUEM RESPONDE: Especialista Sílvia Lobo, terapeuta, colaboradora que já participou do programa Papo de Mãe por duas vezes.
Sílvia Lobo
Você nos conta que pode se abrir com sinceridade, quanto a sua orientação sexual, com as pessoas de sua intimidade. Entendemos que seu constrangimento resulta da experiência de sentir-se disfarçado socialmente, o que, de fato, causa grande desconforto. Contudo, vale a pena considerar que no trabalho espera-se de nós competência de desempenho e não explicitação de nossas escolhas sexuais. Assim, não se apresse em suas revelações e, sobretudo, identifique em você o benefício que teria profissionalmente ao declarar-se gay e identifique nas pessoas que com você trabalham mais de perto e, sobretudo, em sua chefia, a aliança que poderia encontrar ao se apresentar mais pessoalmente. E lembre-se: quanto mais intimamente nos apresentamos, mais confiança precisamos sentir nas pessoas com as quais nos abrimos. Caso não seja assim, não vale a pena a sinceridade.Outra pergunta:De Anna:Tenho 21 anos, moro na capital de SP e sou musicista. Sou homossexual e acabei de assistir ao programa Papo de Mãe sobre o tema Homossexualidade. Gostaria muito que você me ajudasse, tenho algumas questões, sabe? Fiz vários anos de terapia (não só por isso, claro) mas não tiraram todas as minhas dúvidas, medos em relação à família. Você pode me ajudar? Desde já agradeço a atenção.Beijos e boa semana! Sílvia Lobo:Anna, dúvidas e medos são emoções valiosas para nos acompanhar ao longo da vida, pois nos estimulam ao pensamentos e nos alertam a agir com cuidado em relação a pessoas e coisas para nos proteger ou as proteger. Portanto, não lastime a existência destes sentimentos dentro de você, nem tampouco tente liquidá-los. Prossiga como tem feito, procurando entendê-los e buscando ajuda com pessoas de sua confiança.

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É isso aí, gente! Esperamos que vocês tenham curtido as reprises do mês de janeiro. A partir do próximo domingo, entra no ar a programação 2011 da Tv Brasil e os nossos novos programas,  com temas inéditos e muito interessantes.  O nosso PAPO é sempre aos domingos, 19 horas. Fiquem ligados!!!




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