Papo de Mãe

A INFERTILIDADE E A ENDOMETRIOSE

pmadmin Publicado em 30/08/2012, às 00h00 - Atualizado em 19/09/2014, às 19h30

Imagem A INFERTILIDADE E A ENDOMETRIOSE
30 de agosto de 2012


Fonte: GAPENDI

Estima-se que 30 a 40% de mulheres inférteis, submetidas à laparoscopia, apresentam diagnóstico de Endometriose, o que sugere uma ligação muito próxima entre a doença e a dificuldade para engravidar. Logicamente, nem todas as portadoras apresentam infertilidade, até porque, se isto acontecesse, nosso país notaria uma queda no índice de natalidade, já que somos mais de 6 milhões de portadoras.Assim sendo, podemos concluir que nem sempre o diagnóstico de endometriose será também um atestado de infertilidade, mas como muitas portadoras apresentam dificuldade para engravidar, torna-se necessário falarmos sobre o assunto. Neste texto, tentaremos explicar como a Endometriose pode causar a Infertilidade e o que pode ser feito para reverter este quadro. Vamos lá?  – COMO A ENDOMETRIOSE CAUSA A INFERTILIDADE?Esta é uma pergunta que não foi totalmente esclarecida. O próprio desconhecimento da Causa da Endometriose, bem como suas diferentes formas de gravidade (estágios), e ainda, o fato de algumas pacientes não apresentarem dificuldades para engravidar, dificultam o entendimento exato do motivo pelo qual esta doença causa a infertilidade. Entretanto, algumas pesquisas levantam fatores importantes, como os que seguem abaixo:  1) Alterações Anatômicas O “fator mecânico” é uma das mais lógicas explicações para a infertilidade causada pela Endometriose. Geralmente ocorre nos estágios mais avançados da doença (III e IV), pois os endometriomas e/ou aderências pélvicas que se desenvolvem nestes estágios levam a uma distorção anatômica dos órgãos envolvidos na reprodução. Em outras palavras, a endometriose causa cicatrizes e aderências que podem “grudar” os órgãos entre si, tirando-os de sua posição habitual. Como consequência, as tubas uterinas não conseguem captar o óvulo, pois estão aderidas à alguma outra parte da pelve, longe dos ovários. O mesmo pode acontecer aos ovários. Além disto, podem existir cicatrizes no interior das tubas uterinas, bloqueando-as e impedindo o encontro do óvulo com o espermatozóide. Nestes casos, somente a cirurgia para “lise(remoção) de aderências” e para a destruição dos focos visíveis da endometriose poderia melhorar a fertilidade; mesmo assim não é garantido que a paciente conseguirá engravidar, pois parecem existir outros fatores envolvidos neste processo.  2) Alterações Bioquímicas Todos os nossos órgãos, localizados na região abdominal e pélvica, são revestidos e/ou protegidos por uma membrana serosa chamada “Peritôneo”. Assim, os ovários e as tubas uterinas também estão “dentro” desta membrana, e portanto, em constante contato com os líquidos produzidos neste “ambiente peritoneal”. Alguns estudos explicam que o fluido peritoneal de mulheres com endometriose contém substâncias bioquímicas prejudiciais à fertilidade. Estas substância são produzidas pelas células de endometriose ou por células do sistema imunológico (presentes em maior quantidade nas portadoras) e interferem em vários aspectos da função reprodutiva, como por exemplo, alterações tubárias, na captação do óvulo e na própria ovulação.  3) Alterações Imunológicas A fim de alcançar a gravidez, o esperma precisa entrar no corpo da mulher. Então, ao fecundar o óvulo, forma-se o embrião, que pode ser “julgado” pelo sistema imunológico feminino, como um “corpo estranho”, invasor. Entretanto, se a gravidez ocorrer, o sistema imunológico das mulheres, geralmente, se adpata à presença deste “corpo estranho” durante os nove meses. Ou seja, existe um mecanismo natural e normal que informa ao sistema imunológico que aquele embrião não traz perigo ao corpo da mulher, evitando-o que seja eliminado. Porém, estudos demonstram que o Sistema Imunológico de mulheres com Endometriose não funciona adequadamente. Ocorre uma falha no mecanismo de defesa que acaba por atacar tanto o esperma quanto o embrião, impedindo a concepção e o desenvolvimento da gravidez. Corrigir ou reforçar o Sistema Imunológico pode ajudar a recuperar a fertilidade nas portadoras de endometriose.  4) Alterações Endócrinas Todos os meses, no início do ciclo menstrual um hormônio conhecido como FSH (folículo estimulante) começa a ser secretado em maior quantidade pela hipófise (glândula situada no cérebro), fazendo com que se desenvolvam os folículos ovarianos (bolsas de líquido que contém os óvulos). Perto do 7º dia do ciclo, o FSH começa a diminuir e, com a falta desse hormônio, alguns folículos param de crescer e morrem. Por isso, em cada ciclo menstrual, de todos aqueles folículos recrutados (que começam a crescer), apenas um (raramente dois) se desenvolve até o fim e vai ovular. Infelizmente, mulheres com endometriose apresentam alterações anormais nos níveis dos hormônios relacionados com o desenvolvimento deste folículo dentro do ovário, o que influencia diretamente no processo reprodutivo. Assim podem apresentar problemas como: crescimento folicular alterado, diminuição no crescimento do folículo e fase folicular muito curta.  Além destes, existem outros fatores envolvidos na infertilidade causada pela endometriose, por exemplo: *Alterações na Função Ovulatória (Anovulação); *Hiperprolactinemia (aumento exagerado na produção de prolactina); *Dificuldades na implatação do embrião no útero; *Abortamento espontâneo; *Dores nas relações sexuais; *Alterações Genéticas.  – SERÁ QUE VOU CONSEGUIR ENGRAVIDAR? Infelizmente, a infertilidade pode ser uma consequência presente tanto nos graus mais leves, como nos mais avançados da doença. Nos graus mais avançados, como vimos anteriormente, a infertilidade pode estar relacionada, principalmente, às alterações anatômicas presentes neste estágio da doença. Já a dificuldade de engravidar nas portadoras com endometriose mínima e leve pode ter outras explicações, como as mencionadas acima. O fato é que as chances de engravidar são maiores após o tratamento dos focos e/ou aderências causadas pela doença, que pode ser feito através da Videolaparoscopia e também através de medicações. Neste sentido, ser atendida por um especialista em endometriose é primordial e necessário, especialmente, para a preservação dos órgãos envolvidos na reprodução. Tratar do emocional, cuidar da alimentação e procurar terapias alternativas (acupuntura, ioga, pilates e outros) também auxiliam neste processo. É importante lembrar que nem sempre a gravidez natural virá com facilidade, por isto recomenda-se às portadoras que busquem técnicas de Reprodução Assistida para alcançarem o tão desejado sonho de ter um bebê. Para finalizar: Se você está lutando contra a Endometriose para conseguir engravidar, não desanime! Sabemos que é complicado, difícil e doloroso; mas a persistência e a fé são muito importantes nesta caminhada! GAPENDI (Grupo de Apoio às Portadoras de Endometriose e Infertilidade)Fonte: http://eutenhoendometriose.blogspot.com.br/2011/05/infertilidade-e-endometriose.html Contatos:  Blog http://eutenhoendometriose.blogspot.com.brEmail- [email protected]Grupo Facebook- www.facebook.com/groups/gapendi/  ***IMPORTANTE! – Agradecemos ao Grupo Gapendi pelo envio deste artigo. – Para assistir ao Papo de Mãe sobre Endometriose clique aqui.


Diversos