Papo de Mãe

Um filho após o outro: quando é a hora de ter mais um?

pmadmin Publicado em 18/09/2012, às 00h00 - Atualizado em 19/09/2014, às 19h30

18 de setembro de 2012


Mais um!!! Mais um!!!

1 + 1 não são 2 quando se somam crianças. Gastos e afetos tornam a operação de aumentar a família mais complexa. Confira as vantagens e desvantagens de ter o segundo filho

Por Malu Echeverria  – Revista Crescer

As famílias estão menores a cada geração. A média de filhos é inferior a três no Brasil e ter ou não o segundo já se tornou um dilema para a maioria dos casais de classe média que vive nas grandes cidades. Porque o filho único, do ponto de vista prático e financeiro, significa menos gastos e menor necessidade de espaço, infra-estrutura e tempo para cuidar da criança enquanto os pais trabalham.

Quando se levam em conta as emoções e a convivência da família, no entanto, os casais sentem que o segundo filho pode representar um ganho. Com o nascimento dele, diluem-se o afeto, as expectativas e as exigências antes concentradas no primeiro e isso pode ser benéfico tanto para o papel de pais quanto para os irmãos. Todos aprendem a negociar, competir, cooperar, ganhar aliados e perder – uma experiência social de grande valor, com a vantagem única de ocorrer no ambiente mais protegido e carinhoso da família.

Essas são as linhas mestras das dúvidas dos pais na hora de aumentar a prole. Mas há outros pesos e medidas nas entrelinhas. Como define o pediatra Albert Bousso, professor da Universidade de São Paulo (USP), “um mais um não são dois quando o objeto da soma são crianças. O resultado é bem mais do que isso”.

Momento certo

Uma criança a mais em casa afeta não só as finanças, como toda a rotina da família. Nesse ponto, facilita a vida pensar no segundo filho quando o primeiro já tem o mínimo de autonomia, acredita a psicóloga Anna Correia, do Grupo de Apoio à Maternidade e Paternidade (Gamp), de São Paulo.

Mas dar muita elasticidade à essa idéia pode não ser uma boa, indica a experiência da professora paulista Annia Mello, mãe de André e João Pedro, com quatro anos de diferença. “Depois que o primeiro filho cresce e a vida fica mais tranquila, é grande o impacto do trabalho com um segundo bebê. Aquela história de que basta botar um pouco mais de água no feijão que tudo se resolve é mentira”, resume Annia.

O lado bom da espera é que ela e o marido tiveram tempo de curtir bastante André. A ponto de se sentirem até dependentes desse afeto. “Ele ia passar o fim de semana com os avós e ligávamos logo de manhã para saber se estava bem. Ele nem queria falar com a gente. Pedia para ficar mais.” Foi a dica decisiva, segundo Annia, para planejar a chegada de João.

A questão profissional também conta no planejamento do segundo filho. A terapeuta familiar Teresa Bonumá lembra que crianças pequenas exigem mais atenção dos pais e essa dedicação interfere no trabalho. “Quando há pouca diferença de idade entre os filhos, o casal concilia melhor a situação”, diz. É que o período da vida reservado a essa fase será mais ou menos o mesmo, permitindo uma retomada profissional mais rápida.

Como ocorreu com a professora paulista Adriana Camasmie, mãe de Paulo, 6 anos, e Beatriz, 4. Ela deixou de dar aulas após o nascimento do primeiro filho e voltou à atividade no ano passado. “Foi um dos motivos que me fez querer logo o segundo filho. Não conseguiria dar conta do trabalho e deles pequenos.” (Clique AQUI para continuar lendo a matéria…)

***

Prós e contras da diferença de idade dos filhos

0 a 2 anos – Muitos itens do enxoval podem ser reaproveitados. Os pais continuam bastante familiarizados com o universo infantil, o que facilita a vida de todos. A pouca diferença de idade aproxima os irmãos nas brincadeiras. Se engravidar enquanto estiver amamentando o primeiro filho, a mãe terá de desmamá-lo, pois os hormônios da gravidez interferem no leite.

3 a 5 anos – Se forem bem guardados, alguns itens do enxoval, inclusive as roupas, podem ser usados de novo. Com certa autonomia por causa da idade, o maior sofrerá menos a falta da mãe, que poderá se dedicar mais ao bebê.

6 a 8 anos – Pode ser vantajoso para os pais, que estão mais maduros em relação à paternidade. Os irmãos perdem um pouco o companheirismo por causa da idade, pois nem todos os interesses são iguais.

Mais de 8 anos – O filho temporão tem características comuns ao filho único. É preciso estar atento para não mimá-lo demais, pois, além dos pais, há ainda o irmão mais velho para fazer as suas vontades. Dependendo da idade da mãe, a disposição para cuidar do recém-nascido pode não ser mais a mesma.

Fonte: Revista Crescer




Diversos