Papo de Mãe

Morre filho de casal gay agredido em porta de escola

Roberta Manreza Publicado em 10/03/2015, às 00h00 - Atualizado às 11h24

Imagem Morre filho de casal gay agredido em porta de escola
10 de março de 2015


Os adolescentes envolvidos na confusão prestaram depoimento na semana passada

Sylvia Albuquerque, do R7

Peterson foi agredido na última quinta Arquivo Pessoal

Morreu, na tarde desta segunda-feira (9), o adolescente Peterson Ricardo de Oliveira, de 14 anos, que estava em coma desde a semana passada após se envolver em uma confusão na porta de uma escola pública na Vila Jamil, em Ferraz de Vasconcelos, Grande São Paulo.

Peterson foi agredido no dia 5 deste mês por ser filho de um casal de homossexuais, segundo um dos pais que conversou com o R7, Márcio Nogueira.

— Eu não sabia que meu filho sofria preconceito por ser filho de um casal homossexual. O delegado que nos informou. Estamos tristes e decidimos divulgar o que aconteceu para que isso não se repita com outras crianças.

O adolescente estudava na unidade de ensino desde os seis anos. Um irmão de 15 anos, que frequenta o mesmo colégio, presenciou a agressão.

O delegado Eduardo Boiguez Queiroz, da delegacia de Itaquaquecetuba, confirmou que o menino se envolveu em uma briga horas antes de passar mal e precisar ser levado da escola para o hospital.

— Ele brigou com alguns garotos na entrada da escola e passou mal quatro horas depois. Ele brincou, assistiu aula e depois passou mal. Ele já tinha um aneurisma. Não podemos afirmar que ele passou mal por conta da briga.

A Secretaria Estadual de Educação e a Secretaria Estadual de Saúde negam a versão da família. Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que não há nenhum registro de agressão no interior da unidade onde o adolescente estudava.

Adolescente em coma havia brigado na porta da escola horas antes de passar mal, diz delegado

Já a Secretaria Estadual de Saúde confirma que o adolescente deu entrada nesta quinta-feira (5) no Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos com parada cardiorrespiratória e passou por um processo de reanimação. Exames feitos no garoto também constataram que ele teve hemorragia, mas não apresentava sinais externos de violência física.

O pai informou que pretende processar o governo de São Paulo.

— Queremos que a justiça seja feita.

NOTA DA REDAÇÃO PAPO DE MÃE: O Papo de Mãe repudia todo e qualquer ato de violência e discriminação. Respeitemos as pessoas e suas escolhas. Nossos mais sinceros sentimentos à família enlutada.

Assista: Papo de Mãe sobre Pais Gays e o Papo de Mãe sobre Famílias Diferentes.





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