Papo de Mãe

O melhor presente no Dia Internacional da Mulher

Roberta Manreza Publicado em 08/03/2017, às 00h00

Imagem O melhor presente no Dia Internacional da Mulher
8 de março de 2017


Por Claudio Henrique dos Santos*

Hoje comemora-se o Dia Internacional da Mulher, uma data que marca os avanços obtidos pelas mulheres na sociedade, e principalmente, nos lembra que ainda temos que caminhar muito para que tenhamos de fato uma igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.

As redes sociais certamente já estão repletas de homenagens (mais do que merecidas) às mulheres da nossa vida. Por isso, apesar deste espaço aqui ser voltado principalmente às mães, vou fazer uso dele para fazer uma reflexão voltada para os homens.

Na minha opinião, o melhor presente que as mulheres gostariam de ganhar é que os homens as tratassem sempre com respeito e mais do que isso, que elas pudessem sentir que podem contar de verdade com os homens que estão ao lado delas.

Você acha que eu estou falando bobagem? Olhe para o lado e veja a quantidade de mulheres que você conhece que ficaram grávidas e foram abandonadas pelos pais das crianças. Quantas mulheres separadas precisam se desdobrar para criarem sozinhas seus filhos após a separação dos seus maridos? Sem contar aqueles que acham que pagando uma pensão para os filhos, já estão fazendo sua parte. Gente que visita um filho uma vez por mês, gente que não faz nem isso, que sumiu mesmo.

Tenho um caso na família de um cara que teve a coragem de vender as flores e os presentes que a criança tinha recebido no hospital. Conheço um outro cidadão que mandou a esposa para casa dos pais porque o bebê chorava muito e ele tinha que trabalhar no dia seguinte. Acredite se quiser. Você conhece alguma mulher que faria isso? Pode ser, mas acho que seria uma exceção enorme…

Se você acha que essa coisa de homem não respeitar uma mulher é mimimi, abra o jornal, ligue a televisão, navegue pela internet e veja como é assombroso o número de mulheres que são assediadas no transporte público, mulheres que apanham dos seus maridos, às vezes dos próprios filhos. Isso é um horror, e ainda acontece em pleno século XXI.

Apenas para citar um exemplo, no Brasil a estimativa oficial é de que uma mulher é estuprada a cada 11 minutos, totalizando 50 mil ocorrências por ano. No entanto, estima-se que apenas 10% dessas agressões sexuais sejam relatadas às autoridades, ou seja, esse número deve chegar próximo a 500 mil estupros anuais. E quer saber o mais bizarro? Pesquisa recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta que 30% dos brasileiros culpam as mulheres pela violência sexual sofrida.

E dentro da casa da gente, o que podemos fazer? Será que estamos compartilhando de verdade as tarefas da casa com nossas esposas, o cuidado dos nossos filhos? Não estou falando de lavar uma loucinha de vez em quando ou levar o filho na escola no dia em que você está de folga. Quando a gente fala que “dá uma mãozinha”, está assumindo que são elas que tem que fazer tudo. Os homens trabalharam duro, mas as mulheres não ficam atrás. E talvez não seja justo deixar tudo na mão delas.

Tenho certeza que a mulheres gostaram das flores, dos chocolates e até dos milhares de posts que deixamos nas redes sociais para registrar este Dia Internacional da Mulher. Mas se a gente quiser fazer nossas mulheres felizes não somente no dia 08/03, mas durante o ano inteiro, talvez possamos fazer muito mais.

*Cláudio Henrique dos Santos é jornalista, escritor, palestrante e autor dos livros “Macho do Século XXI” e “Mulheres modernas, dilemas modernos”. Participou do Papo de Mãe sobre ‘homens que são donos de casa’.




ColunistasClaudio Henrique dos SantosHome