Papo de Mãe

Teste da orelhinha é exame obrigatória nas maternidades

Não identificar um déficit auditivo precocemente, além de prejudicar a formação da linguagem, é algo que costuma comprometer o desenvolvimento social e emocional da criança.

Roberta Manreza Publicado em 29/03/2018, às 00h00

Imagem Teste da orelhinha é exame obrigatória nas maternidades
29 de março de 2018


Por Dra. Andreia Abrahão, fonoaudióloga

O teste da orelhinha ou triagem auditiva neonatal é um exame obrigatório por lei que deve ser realizado em todas as maternidades após o nascimento do bebê. O exame é capaz de identificar se ele possui algum problema auditivo e é feito rapidamente, assim como o teste do pezinho. A fonoaudióloga da Direito de Ouvir, Dra. Andreia Abrahão explica porque o exame é tão importante para garantir o desenvolvimento saudável da criança.

Desde agosto de 2010, a Triagem Auditiva Neonatal passou a ser obrigatória em todas as maternidades. Antes disso, os testes eram realizados apenas em crianças de grupos de risco, como prematuros, crianças com baixo peso, que possuem alguma síndrome ou que tiveram alguma infecção durante seu desenvolvimento na gravidez. Com isso, muito bebês perdiam a oportunidade de terem uma deficiência auditiva diagnosticada precocemente e serem logo encaminhados para tratamento.

Segundo a fonoaudióloga, ouvir bem é essencial para o desenvolvimento da linguagem da criança. Ela explica que a partir do quinto mês de gestação, quando o órgão auditivo já está formado, o bebê é capaz de ouvir os sons de fora da barriga. “Assim quando ele nasce, identifica os sons e principalmente a voz da mãe. Com o passar dos primeiros aninhos de vida, a linguagem se aprimora. Os bebês que têm a deficiência identificada logo após o nascimento, podem ser imediatamente encaminhados para atendimento especializado. A boa notícia é que atualmente há tecnologia para praticamente todos os casos, permitindo que o bebê seja protetizado precocemente e tenha acesso ao som, desenvolvendo sua comunicação de uma forma muito parecida com uma criança ouvinte.”

Rápido e indolor, o exame muitas vezes é realizado enquanto o bebê está dormindo explica a especialista da Direito de Ouvir. “O procedimento é pouco invasivo e os país podem acompanhar. Encostamos na orelha da criança um pequeno fone de ouvido que emite um som de baixa frequência e mede as respostas que são emitidas pela orelha interna da criança”. Quando há diagnostico positivo o bebê é encaminhado para o médico otorrinolaringologista, que irá orientar o melhor tratamento para o problema.

Para a fonoaudióloga, não identificar um déficit auditivo precocemente, além de prejudicar a formação da linguagem, é algo que costuma comprometer o desenvolvimento social e emocional da criança. “Quanto mais tarde o diagnóstico for feito, maiores serão os desafios para a criança transpor, pois terá dificuldades quando chegar a hora de ir para escola e para interagir com a família e com outras crianças”.

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