Papo de Mãe

Picos de crescimento e salto de desenvolvimento: como lidar?

Roberta Manreza Publicado em 30/05/2017, às 00h00 - Atualizado às 11h02

Imagem Picos de crescimento e salto de desenvolvimento: como lidar?
30 de maio de 2017


Por Dr. Jorge Huberman*, pediatra e neonatologista

Alterações do sono, apetite e humor são mais comuns quando a criança atravessa essas fases

É normal: tudo está relativamente bem na rotina do seu bebê até que, de repente, ele passa a ficar mais manhoso, tem noites mais agitadas e dá mais trabalho na hora da refeição ou da amamentação. São os efeitos do pico de crescimento e do salto de desenvolvimento, que podem ocorrer simultaneamente.  “Eles são comuns no primeiro ano de vida e tendem a durar alguns dias ou semanas”, explica o Dr. Jorge Huberman, pediatra e neonatologista do Instituto Saúde Plena. 

Os picos de crescimento referem-se, literalmente, ao crescimento do bebê. “É comum que nesse período, a criança sinta uma necessidade maior de mamar, justamente por precisar de mais nutrientes e energia”, esclarece o pediatra. Por isso, Dr. Jorge alerta para a importância da amamentação e de discutir em consultório as melhores medidas para a alimentação da criança. “A livre demanda precisa ser respeitada neste momento e caso seja identificada qualquer deficiência nutricional, pais e pediatra agem juntos para supri-las adequadamente”. 

Já o salto de desenvolvimento envolve as habilidades sensório-motoras, social e cognitiva da criança. “Isso faz com que as sensações e sentimentos desconhecidos despertem no bebê, deixando-o mais sensível e querendo voltar para o seu porto seguro, ou seja, a mãe”, justifica o pediatra, que deixa o recado para os pais: “Não é difícil que nos dias seguintes a criança comece a fazer algo que não fazia antes, como        engatinhar ou  se sentar sozinha.”

Huberman ressalta que nem todas essas fases são perceptíveis e algumas podem ser mais tranquilas do que outras. “Muitos pais podem perceber essas mudanças aos três, seis e nove meses de idade”, esclarece o pediatra. O primeiro pico, aos três meses, é o que geralmente assusta mais os pais, por pegá-los desprevenidos. Para atravessar essas fases, o médico recomenda muita paciência e carinho. “É um processo natural no qual os pais precisam ter empatia e compreender que não se trata de birra, pura e simplesmente”, afirma Dr. Jorge. “Mas, principalmente, é fundamental que os pais tenham em mente que essas fases são muito importantes e passageiras”, pontua o médico.

*Dr. Jorge Huberman é neonatologista e pediatra do Instituto Saúde Plena e do Hospital Albert Einstein.




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