Papo de Mãe

Dia Mundial da Prematuridade: Mais de 80% dos bebês prematuros sobrevivem

Roberta Manreza Publicado em 17/11/2017, às 00h00 - Atualizado às 12h11

Imagem Dia Mundial da Prematuridade: Mais de 80% dos bebês prematuros sobrevivem
17 de novembro de 2017


Por Dra. Andrea Weinmann, neuropediatra

Acompanhamento regular com neuropediatra é indicado

Segundo a Sociedade de Pediatria, nascem por ano cerca de 340 mil bebês prematuros ao redor do mundo, ou seja, antes que a gravidez complete 37 semanas de gestação. As causas da prematuridade são diversas, assim como as consequências de nascer antes do tempo.

Porém, nos últimos anos, graças aos avanços da medicina neonatal, a taxa de sobrevivência dos prematuros aumentou. Para se ter uma ideia, hoje mais de 80% dos prematuros vencem a batalha pela vida, mesmo aqueles considerados prematuros extremos, ou seja, que nascem entre 24 e 30 semanas de gestação. Esse índice de sucesso, é claro, depende dos recursos disponíveis e de centros especializados em prematuridade.

Segundo a neuropediatra Dra. Andrea Weinmann, especialista no seguimento de prematuros em Campo Grande, Mato Grosso do Sul,embora a taxa de mortalidade diminuiu nos últimos anos, é preciso se preocupar com as morbidades, ou seja, com as doenças que surgem nos prematuros por terem nascido antes do tempo.

“Felizmente a maior parte dos prematuros não desenvolve alterações neurológicas graves, mas essa população tem maior risco de apresentar desvios nas aquisições e no desenvolvimento motor, da linguagem, da cognição, problemas de aprendizagem, de comportamento e os transtornos globais de desenvolvimento”.

Diagnóstico precoce de atrasos é fundamental

Quanto mais precoce é o parto, maior é o risco de desenvolver sequelas. “Infelizmente a prematuridade pode trazer algumas consequências importantes, por isso o acompanhamento do neuropediatra é feito desde o nascimento e deve ser cuidadoso, principalmente nos dois primeiros anos de vida para intervenções precoces. Na idade pré-escolar também é fundamental, pois problemas de comportamento e de aprendizagem são bastante comuns em crianças que nasceram antes do tempo”, explica a médica.O desenvolvimento infantil é avaliado de acordo com os marcos do desenvolvimento, ou seja, habilidades que o bebê desenvolve de acordo com a sua faixa etária. Andar, falar, engatinhar são algumas. No caso dos prematuros, o neuropediatra irá avaliar os marcos do desenvolvimento usando a correção da idade.

Dra. Andrea explica que a idade cronológica é aquela considerada a partir do nascimento. Exemplo:  nasceu dia 10 de novembro, terá 1 mês no dia 10 de dezembro. “A idade corrigida é aquela ajustada ao grau de prematuridade, ou seja, a idade que o bebê teria se tivesse nascido de 40 semanas. Isso é feito, principalmente, nos dois primeiros anos de vida. Ao detectar qualquer atraso, é feito um encaminhamento para terapias, como a fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, entre outras”, explica.

Janela de oportunidade

Quanto antes for feita intervenção, melhor o prognóstico. “Nos dois primeiros anos de vida, a neuroplasticidade é intensa, ou seja, o cérebro do bebê apresenta uma capacidade maior de estabelecer novas conexões neuronais para desenvolver certas habilidades. É fundamental aproveitar essa “janela de oportunidade” para realizar as terapias específicas. Um exemplo: se há atraso na aquisição da fala, a fonoaudiologia irá ajudar a corrigir o desvio. Se isso for feito de forma precoce, o resultado será mais rápido e eficaz”, comenta Dra. Andrea.
Prevenção
Apesar dos avanços da medicina neonatal e do aumento da taxa de sobrevivência dos prematuros, o melhor caminho ainda é prevenir o parto prematuro. “A maioria dos fatores de risco é evitável. Os cuidados com a saúde devem começar desde antes da gravidez. A mulher deve se submeter a todos os exames pré-natais, checar se não tem nenhuma doença sexualmente transmissível, cuidar da alimentação para evitar a hipertensão arterial, o diabetes gestacional, gerenciar o estresse, entre outros. Já as gestações gemelares requerem muitos cuidados e acompanhamento regular da mulher com o médico”, finaliza Dra. Andrea.




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