Papo de Mãe

Ser jovem não é tarefa fácil. É preciso uma boa estrutura familiar

Roberta Manreza Publicado em 04/12/2017, às 00h00 - Atualizado às 11h05

Imagem Ser jovem não é tarefa fácil. É preciso uma boa estrutura familiar
4 de dezembro de 2017


Por Valéria Ribeiro, coach familiar, especializada em desenvolvimento humano

A compulsão nos adolescentes é uma espécie de compensação por alguma falta, ou algum problema mal resolvido

Ser jovem hoje não é uma tarefa muito fácil, pois afinal ele sofre pressão e exigências que não existiam no passado, como ter que ser o melhor em tudo, ser bem-sucedido muito jovem, ter carreira profissional relâmpago. Além de que, ele convive com questões como: a falta de limites na vida familiar, ausência dos pais, bullying, terceirização da educação etc. Isso tudo gera ansiedade e insegurança.

Segundo Valéria Ribeiro, coach familiar, “vivemos num mundo onde tudo é tecnológico, de entregas rápidas, de soluções imediatas, onde as relações são virtuais e não mais pessoais. Neste mundo não há espaço para a espera e para o amadurecimento. Isso vai moldar a personalidade do jovem, podendo levá-lo a diversos conflitos internos, tais como: rebeldia, agressividade, vícios em drogas e/ou jogos, consumismo, radicalidade, entre outros”, explica.

A especialista destaca que o jovem quando não se sente bem consigo próprio externa esses sentimentos em suas relações ou ações, o que pode levá-lo a dependências de tóxicos, delinquência, criminalidade, prostituição, desemprego, bulimia, anorexia, suicídio etc.

“Outro fator importante é que o jovem precisa pertencer a um grupo de amigos (tribo), e esse grupo pode ser o influenciador no uso de drogas, pois aqueles que o fazem passam a ter ‘status’. Os jovens consomem drogas porque “todo mundo usa”; “eu gosto, é divertido”; “ajuda-me a relaxar”; “tira-me a timidez”; “estou mal, serve-me para escapar do sofrimento, além do mais nem consumo tanto”, revela.

O vício em vídeo game e/ou jogos online, por exemplo, pode se dar pela solidão, timidez ou dificuldade de se relacionar com o outro. Ficar no computador ou no vídeo game não oferece risco, não é preciso se expor, dá a sensação de segurança, com isso a pessoa não precisa lidar com suas questões pessoais internas.
“Cabe dizer, que tanto o vício em substâncias tóxicas ou em jogos geram prazer e liberam endorfinas (analgésico natural do corpo), que anemizam a dor, não tendo assim que lidar com o problema”, revela. A questão é que será necessário cada vez mais o uso da droga ou jogar para que se tenha a mesma sensação de prazer, de relaxamento.

Valéria conclui que “na atualidade é preciso que os jovens tenham solidez de valores, que compartilhem da experiência dos mais velhos, que tenham uma boa estrutura familiar, mesmo que eles, com toda ‘sabedoria’ da juventude, achem isso tudo muito ultrapassado. Isso os ajudará a serem mais equilibrados, reconhecendo seu espaço no mundo, as possibilidades de futuro, diminuindo assim o grande vazio que hoje sentem”, finaliza.

Serviço: Valéria Ribeiro

Coach familiar, especializada desenvolvimento humano.




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