Papo de Mãe

Mães: como lidar com estereótipos de uma sociedade doente

Roberta Manreza Publicado em 21/07/2016, às 00h00 - Atualizado às 15h57

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21 de julho de 2016


Por Petria Chaves*

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A neurose das pessoas com o corpo é tão insana e projetiva que afeta até uma criança de 1 ano e 3 meses: Yael.

Yael é um bebê que está na curva de crescimento e peso de maneira extraordinária, até um pouco abaixo do peso para a altura dela. Mas é uma criança de formas arredondadas, é um bebê, é  saudável, “kapha” (segundo a medicina ayurvedica), de causar inveja em qualquer mãe em qualquer outro tempo da história.

Mas me chamou atenção que por 3 vezes em uma semana escutamos de pessoas diferentes comentários de que Yael está ou é gordinha. Pessoas que, inclusive, sabem do meu pessoal caminho de desconstrução do imaginário estético nessa sociedade esquizofrênica em relação ao peso e ao ódio que as mulheres têm em relação ao próprio corpo. Por isso se machucam tanto.

Mas… Fazer isso com um bebê de 1 ano e 3 meses, mesmo que de forma inconsciente, mostra a crueldade de um pensamento tão automático quanto cancerígeno e desagregador.

Assim, como escolhi Frida Kahlo como tema da festinha da um ano de Yael, convoco mulheres e homens, pais e mães a criarem um movimento de consciência e amor ao próprio corpo e à verdadeira saúde por parte das famílias.

Yael é um bebê que só come orgânicos, nunca provou açúcar na vida, ama e já adquiriu um prazer real por comer com a gente. Sempre janta conosco na mesa, um momento sagrado para nossa família, de encontro e reunião.

Digo isso não como julgamento, mas como constatação de que alguma coisa vai mal. Se uma criança incrível, saudável e feliz, suprida emocionalmente, não consegue fazer com que se enxergue isso, eu não sei o que pode ser feito.

Decidi escrever, pois me fez mal ver e ser conivente. É essa sociedade que cria meninas bulímicas e anoréxicas. É essa sociedade que cria crianças obesas por falta de afeto e atenção.

Portanto, fica a dica. Julguem minha filha pelo sorriso e pela alegria. Aliás, julguem todas as crianças por esse brilho no olhar e fiquem felizes com isso. E não por seus 9,5kg dos seus 1 ano e 3 meses.

*Petria Chaves é jornalista, mãe da Yael e acredita na revolução da consciência dos pais para a criação de crianças mais amorosas, felizes e realizadas com quem são.

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