Papo de Mãe

Como identificar e tratar o baby blues

Estimativas apontam que 85% das mulheres passam por um estado de tristeza transitório que dura até 15 dias após o nascimento do bebê.

Roberta Manreza Publicado em 03/04/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h45

Imagem Como identificar e tratar o baby blues
3 de abril de 2018


Por Patrícia Oliveira, médica ginecologista com ampliação pela antroposofia

Estimativas apontam que 85% das mulheres passam por um estado de tristeza transitório que dura até 15 dias após o nascimento do bebê

A chegada de um filho cria um verdadeiro turbilhão de emoções na vida da mulher. Embora seja um momento sublime, os hormônios, os cuidados com o bebê, as mudanças de rotina, a preocupação com a amamentação e a privação de sono – comuns no puerpério – levam 85% das mães a sentirem uma tristeza transitória que pode causar irritação, alterações de humor, ansiedade, choro fácil e mudanças de apetite. Esse estado é chamado de blues puerperal, ou baby blues, e dura até 15 dias após o parto. O apoio da família e a participação do companheiro(a) são essenciais para que a mulher passe por esse momento que, em alguns casos, pode evoluir para a depressão pós-parto. Além disso, o suporte adequado no pré-natal é importante para que haja serenidade para lidar com a situação.

Segundo a médica ginecologista com ampliação pela antroposofia, Patricia Oliveira, atitudes como conectar-se com a gravidez, viver o período, e elaborar as alterações gestacionais como necessárias ao desenvolvimento de uma nova vida são essenciais durante os meses que antecedem o nascimento do bebê. Ela destaca também a importância do parceiro(a). “É fundamental apoiar a mãe no parto e no puerpério como participante ativo na criação do bebê e não apenas como espectador. Acompanhar a mulher sempre que possível, com respeito e sem pressão, é fundamental. Vale lembrar que o vínculo se inicia assim que começa a consciência da nova fase, e esse momento é único na vida de cada indivíduo. Pais, avós, tios e irmãos, todos devem receber essa criança desde a gravidez”, afirma.

Patricia explica que como a causa do blues puerperal não é muito bem definida, todas as mulheres são consideradas como pré-dispostas a desenvolver o quadro. “Percebemos que pessoas com complicações na gravidez e parto, com perda de sangue aumentada e com dificuldades no aleitamento apresentam o blues com mais frequência”, comenta a ginecologista.

A médica alerta que alterações nos hábitos da mãe podem ser uma característica desse estado de tristeza temporário. “Vontade de chorar sem motivos aparentes e não conseguir dormir ou comer como antes da gestação são alguns dos pontos que podem ser observados nessa fase”, diz. Os sintomas persistentes por mais de duas semanas após o parto, associados com a incapacidade de cuidar do bebê, caracterizam o quadro de depressão pós-parto – doença que pode se manifestar em até um ano após o nascimento do bebê. Estima-se que até 25% das mães brasileiras sofram com o problema.

Além do apoio à puérpera, uma forma de minimizar os efeitos do baby blues é por meio da adoção de práticas integrativas “A medicina complementar tem se demonstrado como uma ferramenta muito eficaz tanto na gravidez como no pós-parto, uma vez que trabalha o suporte contínuo com medicamentos naturais isentos de contra-indicações, como por exemplo, os da Weleda, e com terapias adicionais. Esse tratamento holístico oferece uma nova consciência na adaptação ao momento, possibilitando que a mulher desenvolva o enfrentamento necessário para o início dessa nova fase em sua vida”, finaliza Patricia Oliveira.




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