Papo de Mãe

Campanha Copa sem Trabalho Infantil  

Roberta Manreza Publicado em 12/06/2018, às 00h00 - Atualizado às 10h40

Imagem Campanha Copa sem Trabalho Infantil  
12 de junho de 2018


Por Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil,

Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil terá distribuição de material informativo nos bairros com grande concentração de bares e restaurantes de São Paulo

·   2,7 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos trabalham no Brasil, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2015.

·   Entre 2007 e 2017, 40.849 meninas e meninos se acidentaram enquanto trabalhavam, sendo 24.654 de forma grave, e 236 perderam a vida.

·   Entre os acidentes graves estão ferimentos de membros, traumatismo superficial, fraturas e até amputações de membros. Somente no ano passado, foram registrados 1.645 acidentes desse tipo. Entre 2016 e 2018 (dados parciais), houve 3.681 acidentes graves a membros superiores ou inferiores e sete crianças e adolescentes perderam de maneira traumática a própria mão.

·   A maioria das crianças e adolescentes vítimas de acidentes de trabalho realizam atividades definidas pelo Decreto 6.481/2008 como piores formas de trabalho infantil, que são proibidas para pessoas com menos de 18 anos. Eles trabalham como empregados domésticos, no comércio, na agricultura, na construção civil e como açougueiros, entre outras atividades.

·   Entre as notificações graves estão amputações, traumatismos, fraturas e ferimentos nos membros, principalmente nos superiores.

·   Os dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan/ MS) denunciam um dos riscos do trabalho   infantil, que é a exposição a agravos na saúde e no desenvolvimento físico.

·    Trabalhar antes da idade permitida acarreta prejuízos psicológicos, sociais, além de comprometer a frequência e a permanência escolar.

Fonte:  Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil

Nesta terça-feira 12,  Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, nos chamados bairros boêmios da capital paulista, como Vila Madalena e Vila Olímpia, haverá uma caminhada com distribuição de material informativo para sensibilizar a população sobre o uso de crianças e adolescentes no comércio ambulante nessas regiões. A data marca o início da campanha “Copa Sem Trabalho Infantil”, desenvolvida pela Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil, um projeto de comunicação especializado no enfrentamento ao trabalho infantil e na defesa dos direitos humanos. São parceiros da ação a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, a Cabify e a Sociedade Amigo da Vila Madalena (Savima).

Nessa ocasião, orientadores sociais irão abordar os frequentadores de bares e restaurantes, sobretudo quem estiver nas mesas fixadas nas calçadas, para explicar o que é trabalho infantil, quais são os canais para enviar informações sobre as crianças trabalhando nessa situação e como os cidadãos podem solicitar o acolhimento da Prefeitura, caso vejam crianças e adolescentes vendendo balas e outras mercadorias.

A decisão de iniciar a campanha nesta época do ano se dá em virtude do início dos jogos da Copa do Mundo de futebol, que começa no dia 14 de junho. O movimento para assistir as partidas aumenta os casos do uso de mão de obra infantil no comércio ambulante. Já a escolha dos bairros para esta ação foi feita priorizando as regiões boêmias, que recebem o triplo de frequentadores nesse período de jogos.

Paralelamente à abordagem aos consumidores de bares e restaurantes, as equipes de orientadores sociais irão conversar com familiares e responsáveis pelas crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil e encaminhá-los para os Serviços Especializados de Assistência Social, distribuídos pelos distritos capital, de acordo com o endereço de origem da criança e/ou adolescente.

Após o 12 de junho, a campanha continuará por todo o período da Copa e dará prioridade a três públicos: 1. potenciais clientes que costumam visitar regiões da cidade onde existe grande incidência de trabalho infantil (ações online); 2. frequentadores de bares e restaurantes durante os jogos da Copa (abordagem presencial); e 3. funcionários e donos desses estabelecimentos que têm contato direto com essa realidade (ação presencial).

“Em época de Copa do Mundo, os bares costumam receber mais clientes do que de costume. Atraídos pelo aumento dos frequentadores, o comércio de ambulantes cresce de forma proporcional. Entre os vendedores, há um número expressivo de crianças e adolescentes que não pode passar despercebido da sociedade e das autoridades públicas”, afirma Felipe Tau, articulador social do projeto Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil. Segundo ele, o intuito da ação não é punir as crianças e suas famílias, mas permitir que sejam identificadas e atendidas pelos programas sociais, interrompendo a prática do trabalho infantil.

O trabalho infantil aumenta os riscos de abuso sexual, consumo de drogas, aliciamento pelo tráfico, má formação física, traumas psicológicos e acidentes, como atropelamentos. Além disso, trabalhadores mirins têm maior risco de tornarem-se trabalhadores escravos na vida adulta ou moradores de rua.

Outras ações desenvolvidas de 12 de junho até o fim dos jogos da Copa, 14 de julho, serão:

○  Disseminação da informação sobre o trabalho infantil e como ajudar a combatê-lo. O canal 156 da Prefeitura, que coleta informações sobre como é possível identificar as crianças em situação de trabalho, estampará bolachas de chope e flyers, que serão distribuídos nos bares da Vila Madalena, Vila Olímpia, Vila Mariana, sendo repassados às mesas dos clientes; outras regiões também poderão receber ações semelhantes, conforme a presença de trabalho infantil e indicação das equipes de campo da assistência social.

○  Distribuição de cartazes para donos e funcionários de bares, a fim de sensibilizá-los para a causa e instruí-los sobre o que fazer diante de casos de trabalho infantil;

○  Uso da hashtag #chegadetrabalhoinfantil pelos clientes que utilizarem o app da empresa de transportes Cabify para obter descontos, entre os dias 12 e 30 de junho;

○  Consolidação da presença online do tema, por meio de postagem de peças específicas, como vídeos, no Facebook e Instagram do projeto Rede Peteca;

○  Busca de envolvimento de atletas, visando garantir apoiadores da causa no universo do esporte, em especial, do futebol, para ampliar a disseminação da temática.

○ Reforço na busca ativa:  As equipes de orientadores sociais da Secretaria de Assistência Social, responsáveis pela identificação das crianças em situação de trabalho infantil, irão priorizar as ações de busca nas regiões boêmias da cidade durante os jogos da Copa, especialmente os jogos da seleção brasileira, para que possam responder de maneira mais rápida às ligações para o canal 156;

O pré-lançamento da campanha aconteceu com a exibição de um vídeo na Arena Corinthians. O Corinthians mostrou no telão da Arena o filme da campanha no início da partida e no intervalo do jogo contra o Santos, realizado em 6 de junho.

Sobre a Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil – Desde 2016, a OSCIP paulistana Cidade Escola Aprendiz (cidadeescolaaprendiz.org.br) desenvolve, em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT), o projeto Rede Peteca – Chega de Trabalho Infantil (www.chegadetrabalhoinfantil.org.br) , iniciativa de comunicação especializada no enfrentamento ao trabalho infantil e na defesa dos direitos humanos.

Sobre a Cabify – A Cabify é uma das maiores plataformas globais que conectam usuários aos veículos com um motorista particular para facilitar o transporte de seu cliente pelas cidades, tornando o trajeto mais seguro e agradável. Fundada em 2011, tem operações na América Latina, Espanha e Portugal, oferecendo serviços para empresas e pessoas físicas.

Sobre a Savima – A Sociedade Amigos de Vila Madalena foi fundada em 19 de junho de 1949, com o propósito de defender os interesses do Bairro. Entre suas lutas iniciais, destaca-se a extensão da linha n° 28 do bonde, que, em 1953, passou a circular também pelas ruas da Vila Madalena. Após um período de paralisação, a “nova” SAVIMA ressurge em 1970 com o apoio do Dr. Francisco Calazans, tendo a sede numa sala da Igreja de Santa Maria Madalena e São Miguel Arcanjo. Com o falecimento de Calazans, em 2009, a Savima teve retomada suas atividades com a eleição da atual diretoria presidida pelo Cássio Calazans de Freitas com o objetivo de posicionar o bairro como referência da cidade de São Paulo.



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