21 de junho: Dia Nacional do Controle da Asma

Roberta Manreza Publicado em 21/06/2017, às 00h00

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21 de junho de 2017


Por Dr. Mauro Gomes, diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia

Conheça as principais diferenças entre asma e bronquite

Apesar de semelhantes, as duas doenças têm peculiaridades que devem ser levadas em conta para garantir o sucesso de seus tratamentos
No dia 21 de junho de cada ano é comemorado, no Brasil, o Dia Nacional do Controle da Asma. No país, grande parte da população apresenta problemas respiratórios, seja por fatores climáticos, de poluição ou de hábitos, como o fumo e o uso amplo de fogões a lenha em algumas regiões. A data, portanto, foi criada com o objetivo de alertar a população brasileira sobre a asma, uma doença de alta prevalência[i], e coincide, no hemisfério sul, com o início do inverno, período em que seus sintomas se agravam por conta de temperaturas mais baixas e maior permanência da população em ambientes fechados.

Mas o que é asma? O primeiro passo para que se conheça melhor a doença é diferenciá-la de outras doenças respiratórias comuns, como a bronquite, que pode se manifestar de diferentes formas. Essas doenças são frequentemente confundidas por apresentarem sintomas semelhantes, o que torna importante a discussão sobre o tema, já que têm especificidades importantes que devem ser levadas em conta para não comprometer seus tratamentos.

ASMA

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas que acomete mais de 300 milhões de pessoas no mundo[ii]. Leva a um estreitamento das vias aéreas, prejudicando o fluxo de ar que entra e sai dos pulmões, provocando falta de ar e chiado no peito. O desenvolvimento da asma costuma estar associado a uma causa genética, ou seja, algumas pessoas apresentam uma predisposição a desenvolver a doença e, ao entrarem em contato com fatores que sensibilizam as vias aéreas, como ácaros, pólen e pelos de animais, entre outros, a asma pode se manifestar.

Seus sintomas mais comuns, além da falta de ar e do chiado, incluem uma sensação de aperto no peito, tosses constantes e catarro, que podem surgir durante as crises. É importante, no entanto, lembrar que a doença é crônica e que as crises são apenas uma manifestação pontual. De acordo com o Dr. Mauro Gomes, diretor da Comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, “As crises de falta de ar provocadas pela asma são apenas a ponta do iceberg e é comum que o tratamento da doença seja feito apenas de forma paliativa. No entanto, um tratamento sério de asma deve ser diário e envolve o controle da doença com agentes antiinflamatórios e broncodilatadores de longa duração”.

De acordo com a pesquisa “Panorama da Saúde Respiratória do Brasileiro”, encomendada pela farmacêutica Boehringer Ingelheim do Brasil ao Ibope, embora 91% dos asmáticos considerem a doença como “controlada”[iii], 72% percebem consequências da asma em atividades de rotina[iv]. Isso mostra que a percepção geral da população é que pessoas com asma devem conviver com os sintomas e limitações por conta da doença, quando na verdade a asma, quando controlada por meio de tratamento adequado, não deve impor limitações na vida das pessoas. Para saber se a asma está controlada é preciso atentar para a frequência e a intensidade de seus sintomas. De acordo com o GINA (Global Initiative for Asthma)[v], sabe-se que a asma não está controlada quando o paciente apresentou qualquer um dos itens abaixo nas últimas quatro semanas:

  • Sintomas diurnos mais de duas vezes por semana;
  • Qualquer despertar noturno causado pela doença;
  • Uso de medicamentos para alívio da falta de ar mais de duas vezes por semana;
  • Se a asma estiver limitando as suas atividades cotidianas.

BRONQUITE

A bronquite também é uma inflamação dos brônquios, que, no entanto, pode ser aguda (geralmente provocada por um vírus e acompanhada de um quadro gripal, com duração de, em média, duas semanas) ou crônica (uma inflamação geralmente causada pelo fumo). A bronquite crônica, apesar de apresentar sintomas semelhantes ao da asma, entre os quais o chiado, a falta de ar e a tosse, não é uma doença com a qual se nasce, e pode vir acompanhada de uma destruição das células do pulmão, chamada de enfisema pulmonar. Essa destruição forma pequenas bolhas no pulmão, que vai gradativamente perdendo a capacidade de absorver oxigênio. O enfisema pulmonar e a bronquite crônica, geralmente associados, recebem o nome de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), doença que, de acordo com dados do Ministério da Saúde, afeta cerca de 7 milhões de pessoas no Brasil[vi], além de ser a quarta principal causa de morte no Brasil[vii].

É importante reforçar que asma e os diferentes tipos de bronquite têm causas e tratamentos diferentes. Enquanto uma pessoa nasce com asma, que a acompanha por toda a vida e pode surgir em diversas faixas etárias, a bronquite aguda é um processo inflamatório rápido dos brônquios, geralmente causado por infecção de um vírus e que melhora espontaneamente em poucas semanas. Já a DPOC se manifesta principalmente em pessoas com mais de 40 anos, por ser consequência de hábitos de longo prazo.

Apesar das diferenças, as doenças são frequentemente confundidas por terem muitos sintomas em comum. Além disso, de acordo com o Dr. Mauro, há outros fatores de confusão: “O nome correto da asma é asma brônquica e, por isso, é comum que seja confundida com bronquite. Mas não se trata da mesma doença e é muito importante que pacientes compreendam as especificidades de cada uma, para que possam procurar o tratamento medicamentoso e os hábitos mais adequados para cada quadro”.

Sobre a pesquisa PANORAMA DA SAÚDE DO BRASILEIRO

Para entender melhor o panorama da saúde respiratória do brasileiro, a Boehringer Ingelheim do Brasil encomendou ao Ibope Inteligência a coleta de dados de uma pesquisa nacional com homens e mulheres entre 18 e 65 anos das classes A, B e C, de todos os estados do Brasil. O principal objetivo era realizar um levantamento sobre o quanto a população conhece as doenças respiratórias, suas percepções sobre sintomas, tratamentos e impacto nas atividades de rotina, além de saber mais sobre o comportamento de quem respondeu apresentar alguma(s) dessas doenças. A pesquisa, feita via entrevistas por telefone assistida por computador com 2.010 pessoas entre 22 de maio e 04 junho de 2015, demonstrou que 44% dos brasileiros apresentam sintomas respiratórios (tosse, falta de ar, chiado no peito, coriza) que, geralmente, são percebidos como manifestações de doenças como asma, bronquite, DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica).

www.boehringer-ingelheim.com.br e www.facebook.com/BoehringerIngelheimBrasil

[i]Solé, Dirceu, et al. “Asthma in children and adolescents in Brazil: contribution of the International Study of Asthma and Allergies in Childhood (ISAAC).” Revista Paulista de Pediatria 32.1 (2014): 114-125.

[ii] Machado, Carolina de Souza. “Asma no Brasil e na Bahia: estudos sobre morbidade e mortalidade.” (2017).

[iii] Pesquisa “Panorama da Saúde do Brasileiro”, encomendada pela Boehringer Ingelheim do Brasil para o Ibope Inteligência, 2015, “Q7. Você acha que sua doença respiratória, hoje, está: [ ] Bem Controlada, [ ] Relativamente Controlada, [ ] Relativamente Não Controlada e [ ] Totalmente não controlada”.

[iv] Pesquisa “Panorama da Saúde do Brasileiro”, encomendada pela Boehringer Ingelheim do Brasil para o Ibope Inteligência, 2015, “Q15. Você acha a asma uma doença: [ ] Leve, não prejudica a rotina, [ ] Leve, mas requer cuidados, [ ] Grave, mas não é fatal, [ ] Grave e fatal”

[v] Global Initiative for Asthma. 2016 GINA Report, Global Strategy for Asthma Management and Prevention [Internet] 2016. [Acesso em 15/Agosto/2016] Disponível em: http://ginasthma.org/2016-gina-report-global-strategy-for-asthma-management-and-prevention/

[vi] Ministério da Saúde do Brasil. [Internet]. [Acesso em 04/Maio/2017] Disponível em: www2.datasus. gov.br/DATASUS/index.php?area=02033

[vii]Institute for Health Metrics and Evaluation. http://www.healthmetricsandevaluation.org/gbd;http://www.healthdata.org/brazilÚltimo acesso em maio de 2017.




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