Apojadura: É possível perceber os sinais e sintomas?

Nessa adaptação fisiológica que dura dias, os hormônios ocitocina e prolactina são secretados de forma desregulada aparecendo os sinais e sintomas como: mamas pesadas, inchadas, latejantes, vermelhas, duras e quentes.

Roberta Manreza Publicado em 25/11/2020, às 00h00 - Atualizado às 13h24

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25 de novembro de 2020


Sem apoio e incentivo, o sonho de amamentar exclusivamente o bebê pode ser ameaçado

Chegou o grande dia, o nascimento do bebê e o início de um novo papel para a mulher. Todas as leituras, conversas, vídeos de preparo para esse momento especial, parecem desaparecer meio a tantas informações e observações que parecem não ter fim. Muitas vezes, o primeiro desafio começa na sala de parto, onde o posicionamento dificulta o primeiro contato mamãe e bebê para a tão esperada e sonhada amamentação.

Nas horas seguintes o bebê em contínua sucção no peito, faz com que a mamãe se preocupe por achar que não tem leite e seu bebê está com fome. Independente do número de filhos, pode ser o primeiro ou o terceiro, se a mulher não sentir segurança em si e ter apoio de pessoas que incentivem e apoiem o aleitamento materno, o sonho de amamentar exclusivamente o bebê sofre impactos significativos.

Em meio da ansiedade do bebê sugar o peito e ganhar peso, algumas mulheres acabam não percebendo os sinais e sintomas do corpo, e sofrem com traumas mamilares, ingurgitamento mamário que são intercorrências comuns nos primeiros dias de vida do bebê.

Após o nascimento do bebê, o alimento exclusivo é o colostro, rico em imunoglobulinas e conhecido com a primeira vacina do bebê, nesta fase o ideal é que a pega do bebê esteja correta, facilitando as demais fases do leite. Entre o 3º e 5º dia a mulher que está amamentando passa pela fase de apojadura, também conhecida como queda do leite.

Nessa adaptação fisiológica que dura dias, os hormônios ocitocina e prolactina são secretados de forma desregulada aparecendo os sinais e sintomas como: mamas pesadas, inchadas, latejantes, vermelhas, duras e quentes. Mas, existem os que muitas mulheres verbalizam: calores, leve formigamento nas mamas e sede.

A adaptação dura até o corpo entender que servirá conforme demanda, ou seja, quanto mais vezes o bebê for amamentado no peito mais o corpo produzirá leite. Quanto menos o bebê for amamentado no peito menos o corpo produzirá.

Parece simples, mas é nessa fase que as mulheres desenvolvem traumas mamilares, as mamas ficam cheias e duras dificultando a pega correta do bebê. Essa dificuldade inicial de amamentar faz com que a mãe acredite que não ter leite suficiente para alimentar o bebê e acaba permitindo a introdução de um complemento sem necessidade. Isso acontece, porque após a fase da apojadura (leite de transição) em maior quantidade, vem o leite maduro de cor branco rico em gordura e nutrientes em quantidades adequadas para alimentar o seu bebê.

Ao perceber os sinais e sintomas é importante intensificar os cuidados com as mamas, assim os próximos dias serão de descobertas e muito carinho entre a dupla mãe-bebê. Os cuidados com as mamas vão desde compressas frias, massagem em forma circular da região areolar subindo para todo corpo da mama (3 a 4 ciclos), deixar a região da aréola macia para facilitar a pega e sustentação da boca do bebê, usar sutiã com laterais e alças largar para sustentar as mamas e oferecer o peito para o bebê com maior frequência (livre demanda). Importante não realizar a compressa fria de forma contínua, pode causar vasodilatação de rebote e piorar a situação.

Agora que você já sabe os sinais e sintomas da apojadura, ajude, incentive e apoie uma mulher que amamenta. Explique sobre as fases do leite, as mulheres precisam sentir segurança e ter consciência de que são suficientes para o seu bebê. Assim, teremos mulheres felizes e crianças saudáveis em todas as fases da amamentação.

Em caso de dúvidas, procure os profissionais de saúde no Banco de Leite Humano mais próximo de sua casa ou procure um consultor de Amamentação.

Por Daniela Ap. G. Souza, 

Enfermeira Especialista em bebê e Consultora de Amamentação




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