A gravidez depois dos 40 anos

A gravidez após os 40 anos ainda é um assunto encarado como tabu por muitas pessoas. Contudo, com o avanço da medicina, essa é uma possibilidade cada vez mais segura. Hoje, existem vários tratamentos que as mulheres podem fazer para aumentar a fertilidade.

Roberta Manreza Publicado em 10/04/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h04

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10 de abril de 2018


Por Dr Alfonso Massagem, ginecologista e obstetra

A gravidez após os 40 anos ainda é um assunto encarado como tabu por muitas pessoas. Contudo, com o avanço da medicina, essa é uma possibilidade cada vez mais segura. Hoje, existem vários tratamentos que as mulheres podem fazer para aumentar a fertilidade. Além disso, também há aquelas que preservam os seus óvulos para serem usados na hora da correta. Se você quer saber mais sobre a gravidez após os 40 anos, nós separamos algumas informações. Com elas você verá que ser mãe é um sonho possível.

Por que a gravidez após os 40 anos tem crescido?

Segundo uma pesquisa do Ministério da Saúde, o número de mulheres que se tornaram mães após os 40 anos de idade aumentou 49% nas últimas décadas. Entre os principais motivos para a gestação tardia estão:

– Mais estabilidade financeira;
– Emocional e psicológico mais maduros;
– Avanço na medicina;
– Mudança nos relacionamentos afetivos entre outros.

Contudo, se você deseja ter uma gravidez após os 40 anos, é preciso ter em mente que, mesmo com os avanços tecnológicos, a gestação continua sendo de risco. Além disso, é preciso lembrar que naturalmente a mulher vai perdendo a sua fertilidade com o avanço da idade. Por conta disso, é essencial procurar métodos para preservá-la.

A engenheira Charlana Rodrigues, 40 anos, é mãe da pequena Camila, de quatro meses. A história dela começou aos 37 anos quando terminou seu primeiro casamento. “Sempre fui workaholic e não pensava até então em ter filhos”, pontua. “Minha prioridade sempre foi carreira, viajei muito, para todo o Brasil e para muitos países. Não me sobrava tempo para pensar em uma vida que dependesse de mim”.

A engenheira lembra que durante o processo de separação a ideia da maternidade vinha à cabeça e o relógio biológico começou a apitar. “Poxa, tá começando a chegar a hora. Pode demorar para eu encontrar um novo companheiro que também queira um filho “, relembra. Charlana procurou ajuda da Clínica Mãe, que é especializada em fertilização humana, e congelou seus óvulos como forma de preservar sua fertilidade para o momento mais adequado.

Demorou pouco para a engenheira encontrar o parceiro que, de acordo com ela, também quisesse embarcar na aventura de formar uma família. Mas, o casal teve dificuldade para engravidar de forma natural e decidiu recorrer à fertilização in vitro. O tratamento foi um sucesso, “a sensação de pegar o positivo é indescritível. Você fica um pouco tensa porque há riscos de intercorrências”, lembra eufórica. E quando a pergunta é sobre como é ter filho após os 40 anos, ela revela: “Eu acho que ter o filho mais velha, para mim, foi muito melhor. Sou muito mais experiente e estabilizada do que há dez, vinte anos. Já tenho um reconhecimento profissional e estabilidade financeira para criar minha filha – muito mais do que se fosse mais jovem”.

Métodos de preservação de fertilidade

Confira abaixo os dois principais métodos:

1. Congelamento de óvulos
Essa é uma das técnicas mais populares. Ela é muito procurada por mulheres que desejam engravidar depois dos 40, que não tem parceiro ou que estão em um relacionamento homoafetivo. Nesse tratamento, os óvulos da paciente são congelados usando técnicas de ponta. Contudo, como eles são extremamente sensíveis as baixas temperaturas, a taxa de sucesso acaba caindo.

2. Congelamento de embriões
Esse método também é muito indicado para quem deseja uma gravidez após os 40 anos. Nesse caso, os óvulos obtidos por meio de estimulação ovariana e fertilizados em laboratório. Uma vez fertilizados, esses embriões são congelados e guardados até que a mulher resolva ter a gestação. Contudo, nesse caso, o pai biológico não poderá ser decidido posteriormente.

A estimulação ovariana

A estimulação dos ovários tem como objetivo aumentar o número de óvulos maduros e saudáveis, que serão posteriormente congelados ou fertilizados, para formarem embriões. Usualmente é realizada nos tratamentos para congelamento. Porém, algumas vezes, a paciente não tem tempo útil para a realização do procedimento, por necessitar de quimioterapia e/ou cirurgia. Nestas situações, o congelamento pode ser realizado sem esta estimulação prévia. Contudo, apenas um médico poderá avaliar o quadro e determinar qual a técnica mais adequada. Mas o importante é que você tenha em mente que a gravidez após os 40 anos é possível, basta procurar um método adequado.

“As técnicas de preservação da fertilidade podem ser feitas por qualquer mulher saudável que escolha esperar para engravidar ou que tenha a qualidade de seus óvulos em risco, seja por cirurgia nos ovários ou quimioterapia. A indicação é que o congelamento de óvulos seja feito até os 35 anos porque após esta idade há uma queda na quantidade e qualidade dos óvulos. A idade da mulher influencia diretamente em sua fertilidade. Por isso, se o momento é de esperar o congelamento de óvulos e embriões podem ser boas opções”, explica Dr Alfonso Massaguer, diretor da Clínica Mãe.

Dr. Alfonso Araújo Massaguer – CRM 97.335

É médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Ginecologista e Obstetra pelo Hospital das Clínicas e Especialista em Reprodução Humana pelo Instituto Universitário Dexeus – Barcelona. Dr. Alfonso é diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado) especializada em reprodução assistida. É membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) e das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução Assistida (ASRM). Também é diretor técnico da Clínica Engravida e autor de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de medicina.

Clínica Mãe – www.mae.med.br