Dicas do Dr. Bactéria com alimentação no Carnaval

Roberta Manreza Publicado em 11/02/2018, às 00h00

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11 de fevereiro de 2018


Bloco das Bactérias

por Roberto Martins Figueiredo – biomédico/microbiotécnica

Por ocasião do Carnaval, muitas pessoas por necessidade ou por motivos ocasionais se alimentam fora de casa em vendedores ambulantes. Muitos destes, motivados pela real procura e vislumbre de uma forma de ganhar dinheiro rápido, não se tratam de profissionais ligados à área de alimentação.

Tratam-se de profissionais vindos das mais diversas áreas como construção civil, vendedores autônomos, desempregados, sem falar no aproveitamento infantil. Esta falta de profissionalização leva ao aumento dos riscos de eventos de Doenças Veiculadas por Alimentos. A dificuldade de fiscalização aliada a diminuição da resistência individual das pessoas (cansaço, má alimentação, bebidas, poucas horas de sono, etc), fazem com que as bactérias (e outros microrganismos) caiam na folia, promovendo um verdadeiro carnaval de rua ou de vários locais cujos salões são as pessoas desavisadas e seus filhos.

Algumas observações podem ser feitas quanto aos cuidados com este tipo de alimentação, como:

Limpeza e presença de insetos 

Perigo: Presença de vetores que podem carregar todo tipo de microrganismo

Conseqüências: Doenças Veiculadas por Alimentos

Erros: Consumir alimentos em locais com baixo grau de higiene

Prevenção: Observe itens que podem indicar falta de higiene : odor desagradável, presença de insetos (vivos ou mortos), poeira, panos sujos, etc.

Cachorro quente e Salsichão

Perigo: Presença da bactéria Listeria monocytogenes e Salmonella

Conseqüências: Listeria: Pode causar aborto ou, 8 a 12 horas após a ingestão, levar a diarréia e cólicas abdominais fortes por 24 horas.  Salmonella: diarréia, vômitos  e febre por uma semana

Erros: consumir a salsicha crua ou com maionese caseira

Prevenção: Cozinhe bem a salsicha, deixe-a totalmente imersa na água, que deve estar soltando vapor. A maionese consumida deve ser industrializada. O molho deve estar bem quente.

Churrasquinho

Perigo: Presença da bactéria Escherichia coli O157:H7

Conseqüências: Após 8 a 12 horas podem surgir diarréia e cólicas abdominais fortes por 24 horas

Erros: consumir a carne mal passada ou deixá-la mal refrigerada

Prevenção: Prefira o churrasquinho feito na hora e bem passado. Deve-se evitar passar o churrasquinho na farinha, que pode ter sido contaminada ao ser manipulada. A carne crua deve ficar armazenada em isopor com gelo ou refrigerada.

Não usar Canudos, copos, pratos e talheres descartáveis

Perigo: Presença de vírus e de bactéria causadora da gastrite (H. pylori)

Conseqüências: Viroses e outras doenças transmissíveis pelo contato.

Erros: A reutilização e o uso de produtos mal armazenados.

Prevenção: Após o uso, os utensílios devem ser destruídos para evitar a sua reutilização.

Milho cozido

Perigo: Presença da bactéria Bacillus cereus.

Conseqüências: Após 8 a 12 horas podem surgir diarréia e cólicas abdominais fortes por 24 horas.

Erros: Deixar o milho numa temperatura inferior a 60 ºC por mais de duas horas.

Prevenção: Manter o alimento aquecido a mais de 60ºC.

Veja também as Dicas do Dr. Bactéria sobre alimentação em passeios, piqueniques e festas ao ar livre:




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