Nossos filhos: usuários ou criadores?

Fomos morar um tempo no Vale do Silício para aprender, ouvir, testar. Aprendemos que o que temos de melhor é a nossa criatividade, a nossa alegria, o frescor do brasileiro que usa sua força interna para sobreviver, criar e atuar no mundo. E aprendemos também que nós temos que nos apoiar, sair da solidariedade para a reciprocidade, trocar valor entre nós. São as nossas forças, so...

Roberta Manreza Publicado em 06/10/2020, às 00h00 - Atualizado às 16h18

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Fomos morar um tempo no Vale do Silício para aprender, ouvir, testar. Aprendemos que o que temos de melhor é a nossa criatividade, a nossa alegria, o frescor do brasileiro que usa sua força interna para sobreviver, criar e atuar no mundo. E aprendemos também que nós temos que nos apoiar, sair da solidariedade para a reciprocidade, trocar valor entre nós. São as nossas forças, somadas, que vão nos ajudar a enfrentar esse dilema.

6 de outubro de 2020


Por Suzana Barros Pamponet, administradora formada pela FGV e sócia c0-fundadora da Itsnoon Tecnologia

Assim como muitos, você deve estar impactado pelo documentário O Dilema das Redes. Já ouvi que é “assustador” ou que “não traz nada de novo”, mas ouvi muito mais que é “necessário” ou “urgente”. Prefiro ficar com os últimos predicados, onde posso trazer alguma contribuição. Vou me atentar a dois insights trazidos pelo documentário, e o farei de forma informal, não me detive aos números, mas ao impacto das informações quando chegam para nós…

Primeiro, o doc conta que somente em duas indústrias o cliente é chamado de “usuário”: a indústria das drogas, e a indústria das redes sociais… porque: são espaços que não criam valor para quem recebe o produto ou serviço, pelo contrário, apenas extraem valor deles…

Segundo, mostra que o impasse das redes sociais está no modelo de negócio das big techs, que se sustentam na venda dos dados dos usuários, assim como dos seus hábitos de navegação, para os anunciantes. Assim as big techs surgiram, assim cresceram, assim estão reféns dos seus próprios modelos. Só que nós, “usuários”, ficamos reféns das suas decisões quando o negócio é ganhar mais: manipular exposição de conteúdo, permitir anúncios indesejáveis, instigar polaridades, etc.

Sou muito fã da tecnologia, muito mesmo. Acho que ela veio para ajudar e podemos muito mais com ela. Mas precisamos ser mais do que ela. Nós, humanos mortais, temos que ser os donos do pedaço. Quando amigos comentam “como tiramos as crianças de lá se nós mesmos não largamos mão?”, “eu adoro o xyz, tem dicas legais, aparecem umas novidades boas!”, ou “comecei a vender meus bolos por lá, mais gente me conhece, tá tudo certo”; eu penso… então, a tecnologia é boa demais! O que não dá é para achar que dessa forma ela vai nos levar muito longe.

Porque ao mesmo tempo que você encontra os amigos e vende suas bijoux ou suas receitas, as big techs estão de olho em você e podem começar a te podar, a te cobrar, ou mesmo a te… cancelar. Porque o seu sucesso só interessa se você estiver gerando lucro para elas. É cansativo. O mesmo documentário alerta para os índices crescentes de problemas de saúde mental causados pelas redes sociais, e eu tenho certeza que cada um de vocês tem pelo menos um amigo que resolveu “dar um tempo” delas.

Eu tenho uma notícia. Tem alternativa. E mais: para testá-la você não precisa sair das redes se você não quiser, você só precisa… dar uma chance para a alternativa. Tudo convive junto e misturado!

O NoonApp é um aplicativo de ativação e engajamento que funciona em um modelo de rede colaborativa remunerando a força da diversidade e das contribuições das pessoas. Oi? No NoonApp postamos nossas ideias e somos valorizados por isso. Somos reconhecidos pelas nossas contribuições, inclusive com dinheiro. Todo mundo pode participar em um ambiente saudável e transparente, sem intrigas e polaridades.

Como? Explica melhor? Voltemos aos dois insights do documentário:

No NoonApp todos são criadores, não usuários. Todos são convidados a criar conteúdo e postá-los na rede. Pode ser uma foto, um texto, um desenho, um vídeo, o que for mais adequado à sua história e talento. Ao postar, o criador pode ganhar um Girassol – a moeda do NoonApp, que vai para a sua carteira digital e pode ser convertido em reais na hora do saque. Ou seja, o criador que gerou valor – pois foi ele quem trouxe o conteúdo – é recompensado também recebendo valor. O NoonApp, portanto, é sobre troca, reciprocidade, construção de valor. Quem cria, se apropria do valor que cria.

Não entendi… Quem dá o dinheiro? Como o NoonApp ganha? Isso é filantropia?

Voltamos ao segundo insight: modelo de negócio. Qualquer pessoa (PJ ou PF) pode adicionar crédito na rede e lançar desafios para ativar a inteligência coletiva e distribuir Girassóis. Os criadores respondem os desafios (por ex, uma pergunta: Como as mudanças climáticas afetam a sua rotina?, ou um convite: Mostre o melhor da sua cidade) e 100% do valor alocado é distribuído entre eles, como reconhecimento ao trabalho realizado. Os Girassóis vão se acumulando na carteira digital dos criadores e, pelo acesso e uso da plataforma, o NoonApp se remunera em 30% do valor sacado pelo criador. Ou seja, o NoonApp só ganha quando todo mundo ganha, então não lhe interessa explorar o seu conteúdo ou vender seus dados.

O NoonApp propõe que todos aprendam um jeito novo de trabalhar, pois nosso mundo, sim, está cheio de robôs, e eles certamente vão tirar muitas vagas de emprego… O que precisamos – e principalmente nossos jovens – é estar preparados para as mudanças, praticando as competências novas que o trabalho exige: saber pensar, ter suas próprias ideias, saber criar soluções, saber trabalhar de forma colaborativa, saber se comunicar. O NoonApp traz esse processo para o meio digital e ajuda as pessoas a compreender que o mindfacturingpode ser muito mais legal do que o manufactoring. E mais: os modelos de monetização em rede já são fato, então é bom que estejamos atualizados!

Nós que lançamos o NoonApp estamos nessa jornada faz tempo. Já fizemos 1500 projetos para bancos, empresas de comunicação, de bens de consumo, varejo, governos, cidades; já distribuímos mais de R$ 10 milhões para mais 100 mil usuários. Levamos nossa experiência para países como Nova Zelândia, Holanda e África do Sul. Nosso projeto para o Auckland Council (NZ) foi reconhecido e premiado na Oceania, Ásia e Estados Unidos, por seus atributos de transparência, inclusão e solução para cidades inteligentes.

Fomos morar um tempo no Vale do Silício para aprender, ouvir, testar. Aprendemos que o que temos de melhor é a nossa criatividade, a nossa alegria, o frescor do brasileiro que usa sua força interna para sobreviver, criar e atuar no mundo. E aprendemos também que nós temos que nos apoiar, sair da solidariedade para a reciprocidade, trocar valor entre nós. São as nossas forças, somadas, que vão nos ajudar a enfrentar esse dilema.

Fiquei sabendo que o sucesso recente de uma rede social estrangeira são os influencers que ensinam a espremer espinhas… Eu não quero isso para os meus filhos. E eu sei que você também não.

Para conhecer mais:https://linktr.ee/NoonApp