Pedras nos rins: Cresce número de crianças e adolescentes com a doença

Roberta Manreza Publicado em 22/09/2015, às 00h00 - Atualizado às 07h28

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22 de setembro de 2015


Hospital Infantil Sabará

Dieta desequilibrada, fast food e ingestão insuficiente de líquidos podem estar por trás do problema que tem aumentado nos pronto-socorros. Pedra nos rins é um problema de adultos, certo? Errado. Cada dia é mais comum encontrar crianças com este transtorno, alerta a nefrologista Maria Cristina de Andrade, do Hospital Infantil Sabará. Se antes era um caso por mês no pronto socorro infantil, hoje acontece pelo menos 2 ou 3 por semana.

Adolescentes obesos, aliás, tem 2,5 vezes mais chance de apresentar cálculos renais, de acordo com pesquisadores da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos. “Além de envolver uma predisposição genética para a formação desses cálculos renais, 50% a 60% de crianças com pedras têm histórico na família, a alimentação industrializada, o fast food salgado por natureza, e a ingestão insuficiente de água podem explicar esse aumento”, relata a especialista.

Embora seja essencial para a formação dos ossos, cerca de 50% dos cálculos renais acontecem por excesso de cálcio na urina. As proteínas, gorduras e açúcares em excesso provenientes da dieta desequilibrada também contribuem para a formação das pedras nos rins. E mais: refrigerantes ricos em sódio e corante, outra opção muito apreciada pelas crianças, também estão relacionados com aumento na formação dos cálculos.

Mas será que há formas de prevenção do problema? Além da ingestão de água, cerca de 1 litro por dia é recomendado para as crianças, a adoção de uma alimentação equilibrada e exercícios físicos também são um ótimo caminho. “Eles facilitam a incorporação de cálcio nos ossos, e a substância chega em menor quantidade aos rins”, esclarece a nefrologista.

De acordo com a especialista, vale ressaltar, porém, que especialmente na infância, não se faz dieta com restrição de cálcio. “É nesta fase, aliás, que se faz a prevenção contra a osteoporose, já que o pico de massa óssea ocorre até 18 anos, depois disso não mais”, complementa.

Quase sempre assintomática, as pedras ou cálculos renais são descobertos quando a criança apresenta quadro leve de dor abdominal, infecção ou sangramento urinário. Vale lembrar que a cólica renal intensa, sintoma comum em adultos, raramente é observada nas crianças. Por isso os pais devem dobrar a atenção: a dor pode passar despercebida e o quadro se transformar em uma infecção renal grave.

São realizados exames de ultra-som e raio-x para identificar a localização das pedras. Eventualmente faz-se tomografia computadorizada para melhor definição dos cálculos. Dependendo do caso, é aconselhado o procedimento mais adequado para a criança, tratamento clínico com medicamentos ou litotripsia (cirurgia a laser).

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