Que nome se dá?

Roberta Manreza Publicado em 04/07/2016, às 00h00 - Atualizado às 11h40

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4 de julho de 2016


Que nome se dá a uma mãe ou pai que perde um filho?  O que o irmão do meu irmão é meu, se ele não é meu irmão? O que o filho da minha madrasta ou do meu padrasto é meu? E existe meio irmão ou todo irmão é inteiro?  E quando você apresenta seu filho costuma dizer “este é meu filho biológico”?

Agora explico um pouco as perguntas feitas acima. Quando morre pai ou mãe, ficamos órfãos. Quando morre marido ou mulher ficamos viúvos. E quando morre um filho? Talvez nenhuma nomenclatura caiba no tamanho desta dor….

E o irmão do irmão? Conversando outro dia com uma amiga ela me disse: “Meu filho, de 7 anos, não consegue entender que o irmão (por parte de pai) das irmãs dele (por parte de mãe) não é nada dele. Como assim? Os meninos tem duas irmãs em comum e não são nada um do outro.” Neste caso, pensei, poderíamos inventar um nome: “co-irmão”.

Outra situação curiosa que se dá nessas novas famílias é a da convivência dos filhos do pai/mãe com os filhos da madrasta/padrasto. Muitas vezes essas crianças passam a morar na mesma casa. E que nome tem esta relação? Como você apresenta esta pessoa? “Este é o filho da minha madrasta, se tornou como um irmão para mim”? Ah, vamos criar aqui também um nome: “irmão postiço”.

Descobri ainda que há uns nomes que incomodam. Tem gente, por exemplo, que não gosta de madrasta/padrasto. Mas se você só disser “a mulher do meu pai”, o que, afinal, ela é sua? Não vejo problemas em dizer “minha madrasta” ou “meu padrasto”. Mas fica estranho chamar a pessoa assim, não é? “Madrasta, vem cá”.  Noto que as crianças preferem chamar pelo nome ou, então, de “tio” ou “tia” – o que também não vejo nenhum drama. Ao chamar de tio ou tia, dá-se um título carinhoso, que traz aquela pessoa pra perto, pra parte da família.

Ah, como são curiosas as palavras e o uso delas!

Uma amiga muito querida outro dia me contou que não gosta do termo “meia irmã”. Ela tem duas irmãs filhas do pai com a mãe dela e outras duas que são filhas do pai com outra mulher. Mas considera todas “irmãs igualmente”. Disse que jamais apresentou as duas menores como “minhas meia-irmãs”.

Num Programa Papo de Mãe que gravamos sobre filhos adotivos, também surgiu a polêmica.  Uma mãe comentou “Por que eu tenho que apresentar meu filho dizendo “este é meu filho adotivo” se ninguém apresenta o filho dizendo “este é meu filho biológico”? Filho é filho – e pronto”.

E, assim, a sociedade vai mudando, se adaptando, criando, inventando. Regras? Nem sempre necessárias. O que serve pra uma família, nem sempre funciona em outra. Por isso devemos evitar julgamentos. Parece que hoje em dia virou regra julgar o outro. Que coisa mais chata!

É preciso haver mais respeito. Duas palavrinhas de que gosto muito andam meio esquecidas. É a dupla “RR”: Respeito e Responsabilidade. Por falar nisso, lembrei de uma outra história. Mas fica para a próxima coluna.




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