Telemedicina em Pediatria: É possível?

Embora seja importante evitar hospitais no momento, dependendo da sintomatologia da criança é preciso sim recorrer ao pronto atendimento.

Roberta Manreza Publicado em 13/05/2020, às 00h00 - Atualizado às 10h23

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13 de maio de 2020


Por Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP)

Com a pandemia da Covid-19 muitos pais sentem receio de levar seus filhos aos hospitais. Em algumas situações o pronto atendimento é imprescindível, mas em outros momentos existem alternativas como a telemedicina. 

O presidente do Departamento de Pediatria Legal da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP), Dr. Claudio Barsanti, faz um importante alerta aos pais, embora seja importante evitar hospitais no momento, dependendo da sintomatologia da criança é preciso sim recorrer ao pronto atendimento. “Não cabe aos familiares fazerem o diagnóstico e indicarem condutas de atenção a seus filhos. No caso de sinais/sintomas de exacerbação de alguma doença deve-se procurar atenção médica imediata”, adverte.

O pediatra lembra ainda que é importante destacar que a Telemedicina no Brasil está regulamentada, ética e legalmente, em caráter excepcional e somente durante a situação de exceção causada pela epidemia de Covid-19. “Esta prática visa a diminuição dos riscos de exposição e de contato para médicos e seus pacientes. Mas, se reforça que as leis e normativas em relação à Telemedicina recentemente promulgadas e atualmente vigentes têm a sua validade condicionada à pandemia. Também, não há como se deixar de ressaltar que não são todos os pacientes e nem todos os médicos que são elegíveis para o exercício de Telemedicina. A modalidade de Teleorientação, praticada pelos pediatras, há muito tempo, por meio de conversas telefônicas, se apresenta como uma das possibilidades mais promissoras da Telemedicina, com o uso de novas tecnologias”, explica Dr. Barsanti.

A legislação vigente permite a emissão de receitas e atestados, por meio de assinatura digital, desde que seguidos os critérios definidos de segurança. Pacientes que sejam seguidos pelo pediatra, de forma rotineira em seu consultório, em que o profissional conhece a criança, seu histórico clínico, além de conhecer seus familiares, permitem uma maior segurança de atendimento digital remoto. Contudo, caso o pediatra entenda pelo atendimento presencial, deverá indicá-lo prontamente.