Papo de Mãe

Gravidez na adolescência e o uso do DIU

 A gravidez indesejada na adolescência tem se tornado um problema de saúde pública ao redor do mundo. Nos países em desenvolvimento cerca de 20 mil meninas dão à luz por dia e o Brasil ocupa a 49° posição na lista de 231 países que apresentam maior índice de gravidez nessa fase da vida.

Roberta Manreza Publicado em 18/09/2018, às 00h00 - Atualizado às 09h20

Imagem Gravidez na adolescência e o uso do DIU
18 de setembro de 2018



 Por Dra. Marisa Patriarca* , ginecologista e obstetra
 A gravidez indesejada na adolescência tem se tornado um problema de saúde pública ao redor do mundo. Nos países em desenvolvimento cerca de 20 mil meninas dão à luz por dia e o Brasil ocupa a 49° posição na lista de 231 países que apresentam maior índice de gravidez nessa fase da vida. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as gestações não planejadas, sobretudo em adolescentes, estão associadas à complicações no parto e no feto, abortos realizados de forma clínicas clandestinas, mortalidade materna e neonatal infantil, além do grande impacto socioeconômico.
As pílulas anticoncepcionais de uso diário são as mais populares e de fácil acesso, porém, o alto índice de esquecimento, eleva a taxa de gravidez em idade precoce. Para a ginecologista e professora da UNIFESP, Dra. Marisa Patriarca, uma forma de diminuir a gestação em idade tão precoce é o uso dos contraceptivos intra-uterinos conhecidos como “Diu”. Para a ginecologista tanto os que liberam hormônios, como aqueles que têm fio de cobre ou ainda os implantes hormonais e que, podem ser usados pelas mais jovens sem comprometer a saúde da menina. Para Dra. Marisa, esses métodos têm grande eficácia, segurança, satisfação e sobretudo porque resolve uma questão primordial no aumento a gravidez na adolescência, o esquecimento e a obrigatoriedade em tomar a pílula todos os dias. A duração contraceptiva varia de 3 a 10 anos e não impossibilitam a capacidade de engravidar das mulheres, assim que o método é suspenso. O Diu é coberto pelo SUS.
Dra. Marisa lembra que a questão da sexualidade dos adolescentes têm que ser muito observada por pais, educadores e médicos com muito cuidado e empenho. O uso desses métodos é um grande aliado na prevenção da gravidez na adolescência, mas não no combate às doenças sexualmente transmissíveis o que exige de todos, campanhas para o uso das camisinhas. Dra. Marisa lembra que os métodos contraceptivos reversíveis de longa duração em todas as faixas etárias do período reprodutivo, inclusive para adolescentes com baixo risco de adquirirem doenças sexualmente transmissíveis, tem o apoio do Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia e da Academia Americana de Pediatria.

*Dra. Marisa Patriarca é ginecologista e obstetra. Professora da pós-graduação do Departamento de Ginecologia da UNIFESP. Mestrado e Doutorado pela UNIFESP. Médica assistente doutora e coordenadora do Setor Multidisciplinar de Pesquisa em Patologia da pele feminina do Departamento de Ginecologia da UNIFESP. Chefe do Setor de Climatério do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo (IAMSPE).

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