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Mulheres e mães: como as mudanças com a pandemia têm promovido uma avalanche de dores na coluna?

Sabe aquela dor na coluna que não passa? Ela merece atenção especial e precisa de tratamento adequado

Lucas Vasconcellos* Publicado em 01/04/2022, às 06h00

A coluna precisa de atenção especial
A coluna precisa de atenção especial

Depressão, ansiedade, estresse, perda de autoconfiança e dores na coluna geram uma bola de neve, onde cada problema acaba somatizando e potencializando o outro. Estudos indicam que o incômodo na coluna está essencialmente ligado à depressão, ansiedade e preocupações excessivas.

As mulheres seguem cada vez mais ativas, independentes e sofreram grande impacto com a pandemia de Covid-19. Suas rotinas foram drasticamente alteradas, impondo para muitas o home office, para outras o afastamento do seu trabalho, afetando todas elas nas mais diversas áreas e funções.

A pandemia, a crise econômica, os altos juros e a inflação geraram perda financeira e importantes mudanças nos hábitos das famílias.

Muitas atividades diárias, sejam profissionais ou para diversão, foram abruptamente eliminadas dos orçamentos familiares, gerando em nossa sociedade uma enorme sobrecarga nas mulheres, com diversas consequências e prejuízos para os problemas, patologias e dores na coluna.

Assista ao Papo de Mãe sobre a coluna da grávida

Em especial com a pandemia, as mulheres passaram a potencializar a má postura ao trabalhar, muitas vezes, de forma desconfortável e incorreta. Sem escolas, assumiram os cuidados dos filhos, com as aulas online, entre outros afazeres que aumentaram o descuido com a própria saúde. Situação esta vivida por milhões de pessoas mundo afora.

E para piorar, e muito, a saúde da coluna das mulheres, nada de academias, exercícios, fortalecimentos e condicionamento físico, com importante ganho de peso e uma grande perda de massa muscular, indispensáveis para proteção da coluna vertebral.

Depressão, ansiedade, estresse, perda de auto-confiança e, por fim, dores na coluna, geram assim, uma bola de neve, onde cada problema acaba somatizando e potencializando o outro.

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Como um ciclo, estas dores podem aumentar o estresse e seguir proporcionado mais incômodos nas costas grazendo também, dor de cabeça.

Você já ouviu falar que o estado emocional pode ser a causa direta de dor na coluna?

E isso é um fato! De modo geral, a má postura é a principal causa de dores lombares e de afastamento de trabalhadores, contudo, e em grande proporção, estão as condições emocionais como um dos cinco principais fatores para geração de dores na coluna.

E não especificamente uma doença emocional é o estopim para isso, mas estudos indicam que o incômodo na coluna está essencialmente ligado à depressão, ansiedade e preocupações excessivas.

O estado emocional pode influenciar em dores na coluna e os estudos confirmam que o estress promove descarga de adrenalina com contrações musculares gerando maior tensão na coluna, além de gerar um aumento na insatisfação pessoal com amplificação dos problemas.

E, ainda, a dores vão se acumulando como um ciclo, em que as pessoas têm o problema de estresse aumentado, que pode gerar mais dor na coluna e, consequentemente, trazer dores de cabeças indesejadas. Esta tensão na coluna cria estímulos de dor no cérebro que se reverte para nós em dores de cabeça em 30% das cefaléias.

E é importante ficar alerta, já que causas emocionais de problemas na coluna podem levar o paciente à mesa de cirurgia, caso a condição não seja tratada. E algumas orientações pode evitar que nossas emoções afetem a coluna e, especialmente, três fatores são importantes e benéficos para a coluna: a prática de atividade física regular, uma boa alimentação e bom sono, devem estar em nossa lista de prioridades no dia a dia.

LUCAS
Dr.Lucas Vasconcellos

*Dr. Lucas Vasconcellos, Médico referência em coluna vertebral e neurocirurgia para prótese de disco. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, é especialista em cirurgia da coluna vertebral nos Estados Unidos, com aperfeiçoamento em cirurgia minimamente invasiva na Alemanha. Neurocirurgião do Núcleo de Medicina Avançada do Hospital Sírio Libanês. Membro Titular da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e da Sociedade Norte Americana de Cirurgia da Coluna.

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