Papo de Mãe

Nesse outubro rosa somos todos rosa

Roberta Manreza Publicado em 02/10/2017, às 00h00 - Atualizado às 07h21

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2 de outubro de 2017


Uma a cada 10 mulheres receberão a notícia do câncer de mama e quem tem a doença detectada no início tem cerca de 95% de chances de cura

Os números são alarmantes . A cada 19 segundos uma mulher é diagnosticada com câncer de mama no mundo. No Brasil, O Instituto Nacional de Câncer, o Inca, afirma que cerca de 58 mil novos casos surgem por ano. Uma a cada 10 mulheres receberão a notícia do câncer de mama e cerca de quatro vão morrer por causa da doença. E nesse sorteio macabro, o câncer de mama está perto de todo nós. Por isso, a campanha pela prevenção ao câncer de mama é fundamental. Dados mostram que as mulheres que tem o câncer detectado no início da doença tem cerca de 95% de chances de cura. Depois das doenças coronarianas, o câncer de mama é a doença que mais mata mulheres no mundo . Para Dra. Marisa Patriarca, ginecologista e professora da pós-graduação da Unifesp, o autoexame mensal, a visita ao ginecologista e o exame mamográfico anual após os 40 anos podem derrubar esses números trágicos.

Dra. Marisa diz que o câncer de mama pode ser detectado através do surgimento de um caroço na mama ou na região próxima às axilas. A mamografia é fundamental e principal exame para rastreamento e diagnóstico precoce da doença, antes do aparecimento do nódulo e, portanto em fases iniciais da doença. Este é o grande propósito do rastreamento mamográfico anual. Em alguns casos, a biópsia é necessária para confirmar a malignidade. Dra. Marisa explica que o auto-exame não basta para a prevenção, mas a mulher deve se apalpar, conhecer suas mamas e para isso orienta como fazer. Deve-se usar três dedos e fazer movimento circulares por toda a mama, logo após a menstruação, a procura de alguma anormalidade, daí a importância do autoconhecimento. Outros indicadores da doença são secreções pelo bico do seio e deformação da mama.

O tratamento do câncer de mama é feito geralmente com cirurgia e quanto mais precoce o diagnóstico, mais conservadora, e nas fases iniciais costuma promover a cura. Pode haver necessidade de tratamento complementar com radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia. A quimio é feita quando a doença não está restrita às mamas, costuma ser muito difícil para a maior parte das pacientes porque diminui as defesas no organismo, o ânimo e, na grande maioria das vezes, determina queda de cabelo, o que destrói ainda mais a estima feminina. Por isso, quanto mais precoce for a descoberta da doença, menos mutilador é o tratamento. Isso justifica a importância das campanhas de prevenção.

Algumas mulheres com risco genético elevado para a doença têm optado pela retirada das mamas, mesmo antes do surgimento do cancer, como forma de prevenção. Mas a Dra. Maria Patriarca alerta “ essa medida drástica deve ser cogitada apenas para mulheres que têm risco genético elevado para o câncer da mama, como foi o caso da atriz Angelina Jolie, “

O tratamento do câncer e a reconstrução da mama podem ser feitas através do Sistema Único de Sáude e de vários hospitais de referência espalhados Brasil a fora e que atendem também de forma filantrópica.

Dra. Marisa, ginecologista, com mais de 30 anos em experiência afirma “ É devastador receber diagnóstico de câncer. Mesmo depois da cura, ninguém é mais o mesmo depois dessa experiência dolorosa. Ainda mais, se ela vier junto com a mutilação de uma parte tão feminina do corpo quanto as mamas. Por isso, as campanhas de prevenção são tão importantes para conscientização da população feminina da importância do diagnóstico precoce, que é a única maneira de evitar as altas taxas de mortalidade que, infelizmente ainda são muito elevadas no Brasil. “

Dra. Marisa Patriarca é ginecologista e obstetra. Professora de ginecologia do curso de pós-graduação da Unifesp. Tem mestrado e doutorado pela Unifesp. É médica assistente doutora e coordenadora do Setor Multidisciplinar de Pesquisa em Patologia da pele feminina do Departamento de Ginecologia da Unifesp. Chefe do Setor de Climatério do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo ( IAMSPE).




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