Papo de Mãe

  Os cuidados com uma gravidez tardia

Roberta Manreza Publicado em 18/09/2017, às 00h00 - Atualizado às 09h40

Imagem   Os cuidados com uma gravidez tardia
18 de setembro de 2017


 Por Dra Marisa Patriarca*, ginecologista e obstetra
O mundo das celebridades se agitou com o anúncio da segunda gravidez de Ivete Sangalo. A musa do aché terá gêmeos! Aos, 46 anos a cantora, que tem uma vitalidade invejável , está em uma ótima forma física, pois dedica muitas horas de malhação, dança, e alimentação equilibrada. Mas como é engravidar após aos 40 para as simples mortais?
Segundo o IBGE,  aumentou 27% o número de mulheres que engravidaram após os 40 anos no Brasil nos últimos 16 anos. Mas isso é tendência mundial.  Não é novo que as mulheres estão deixando o sonho da maternidade para depois que a carreira e os projetos financeiros estejam mais concretizados. Segundo a Dra Marisa Patriarca, ginecologista e obstetra, professora da pós-graduação da Unifesp, gravidez após os 35 anos é considerada de alto risco. Segundo  a médica, o pré-natal deve ser bem controlado para minimizar os riscos para a mãe a para a criança. Nessa fase da vida o corpo da mulher está freando a produção de óvulos, daí muitas tentam  a reprodução assistida, o que resulta em gestações múltiplas e aumentam ainda mais as chances de complicações e partos prematuros. Maior risco de abortamentos, de alterações cromossômicas, como a Síndrome de Down, hipertensão, diabetes, ruptura da bolsa prematuramente, aumento de parto prematuro e maior incidência de parto por cesária, são algumas das intercorrências pelas quais podem passar algumas gestantes que optam pela gravidez tardia. Essas mulheres devem receber atendimento muito vigiado para minimizar os riscos, até mesmo de mortalidade materna e fetal.
A Dra. Marisa, diz que os profissionais de saúde precisam ser bem preparados para dar assistência diferenciada a essas gestantes. “ Cada pessoa deve decidir o melhor momento para um projeto tão importante quanto um filho, mas a decisão de engravidar  em idades consideradas avançadas para a medicina, deve ser muito bem ponderada,” aconselha a médica.E diz “ infelizmente o relógio biológico não acompanhou a mudança dos tempos e quando se tem 20 ou 30 anos, acreditamos que podemos esperar sempre mais, que sempre seremos jovens, mas para a biologia, isso não é uma verdade.”  
A ginecologista considera o congelamento de óvulos uma boa alternativa para mulheres que pretendem postergar a gravidez após os 35 anos, como fez a cantora e explica que ” a mulher nasce com cerca de 2 milhões óvulos, na puberdade, está com 300 a 400 mil e vai perdendo cerca de mil óvulos todos os meses.  Os que são congelados estacionam na idade do congelamento e , portanto,  são mais jovens e mais  saudáveis. “
Dra. Marisa diz ainda que aquelas que não podem ou não querem abrir mão de ter filhos após os 40 anos, que não fiquem alarmadas, mas alertas para realização de pré-natal adequado e vigiado mais de perto pelo obstetra, visando minimizar os riscos e tornar possível o sonho da maternidade. Pré-natal adequado, hábitos saudáveis como caminhadas e alimentação correta trarão mais chances de gestação, parto e vida feliz.
*Dra Marisa Patriarca e ginecologista e obstetra, professora da pós-graduação da Unifesp.



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