Por mais educação social

Nas periferias das grandes metrópoles as vielas estreitas escondem talentos. Situações de conflitos sociais e econômicos são cenários comuns que tendem a retirar de nossas crianças e jovens os meios de formação e as possibilidades de um futuro promissor. Neste contexto, projetos de inclusão social funcionam como práticas redentoras ao abrirem espaço para fluir uma demanda reprimida de talentos desconhecidos. É onde a educação social pode fincar seus pilares para transformar vidas.

Em Recife, o trabalho promovido pela Instituto Geração 4 (G4) é  um bom exemplo de como a oferta da prática de esportes, agregada a atividades pedagógicas, consegue incentivar a permanência de crianças e adolescentes na formação educacional regular. Um modelo de educação não-formal que possibilita a mudança de mentalidade e obtém impacto direto na taxa de evasão das escolas locais. Isto demonstra que os jovens passam a reconhecer a importância da educação para a transformação dos indivíduos através de um espaço mental subjetivo que se cria denominado Oportunidade. 

Dessa forma, projetos com  programações semanais que intercalam  prática de esportes, jogos recreativos,  conteúdos culturais e de inovação tecnológica, aulas de línguas estrangeiras e complementação às atividades escolares conduzem os indivíduos a novas possibilidades de vida. A ideia de compromisso próprio e com a coletividade ocorre junto com o pertencimento à cidadania e com o acolhimento dos direitos civis expressos na inclusão social. Condição esta das competências,  habilidades e aptidões  que um indivíduo pode exercer em prol da sociedade. 

Diante de tudo isso é importante destacar que Instituições de diversos níveis têm financiado atividades com o propósito de promover a educação social em todo o Brasil. Empresas, sociedade civil, clubes esportivos e até municípios conseguem criar parcerias para desenvolver projetos inclusivos, mas esta oferta é ainda muito menor do que a demanda. A necessidade dessas ações educacionais  tem se mostrado cada vez mais extensa, diante dos números da pandemia relativos à evasão escolar e ao atraso nos níveis de aprendizado.

A dita Geração Covid, esta  que principalmente nas redes de ensino públicas vem absorvendo uma carga ainda maior de deficiências na educação regular, clama por projetos de acesso à cidadania, frente à aprendizagem deficitária, à desmotivação,  e a inflexibilidade de um sistema educacional que encobre talentos.