pmadmin Publicado em 08/12/2011, às 00h00 - Atualizado em 19/09/2014, às 19h39

Em março de 2009, quando fiz a primeira avaliação de meu filho, tudo o que sabia a respeito de superdotação era o que havia visto em programas de televisão que mostravam crianças falando sobre países, bandeiras, o que realmente me impressionava. Porém meu filho não se assemelhava com este contexto. Portanto, a expectativa da avaliação era encontrar um problema, encontrar o algo “errado”.
Na época da minha primeira gestação, lia várias revistas especializadas para grávidas que, geralmente, abordam o período da gravidez até o início da adolescência. E interessava-me os assuntos relacionados à educação. Dificuldades de aprendizado, hiperatividade e déficit de atenção eram os assuntos mais recorrentes. Tanto que a minha expectativa era encontrar um desses diagnósticos ao final da avaliação. Não me lembro de ter lido nada abordando a superdotação.
A devolutiva da avaliação foi recebida em meio aos mitos que me povoavam. De início a minha indagação era: “mas meu filho não faz nada de extraordinário, como pode ser superdotado?” Para mim deveria existir uma invenção, uma criança que se sentaria ao piano e tocaria uma peça inteira sem nunca ter estudado piano. O controle motor que ele apresentava desde bebê, com uma excelente orientação espacial, era para mim pura sorte. Algo como ‘tenho um bebê bem firme que não se machuca, que não cai’.
O encontro com outros pais, inicialmente no mundo virtual, me fez aos poucos ir desconstruindo os mitos, as ideias errôneas e mesmo ver a superdotação como um problema, o que ela não é. Foram muitas as angústias que enfrentei antes de saber o motivo de uma criança que adora escola ficar tão desanimada, a ponto mesmo de ficar triste.
Buscar informação, conhecimento, trocas de experiências com outros pais, ajuda profissional é sem dúvida contribuir para o desenvolvimento saudável de uma criança superdotada. A abordagem do tema pelo programa Papo de Mãe foi muito esclarecedora e com certeza contribui para lançar luz a um assunto ainda pouco divulgado nos meios de comunicação.
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DICA DE LEITURA
Um olhar para as altas habilidades
Construindo caminhos
Christina Menna Barreto Cupertino
Secretaria da Educação, CENP/CAPE – SP
Esta publicação tem como objetivo oferecer informações, exemplos, dúvidas e sugestões sobre como implantar atividades para a identificação e o atendimento de alunos com altas habilidades, considerando as especificidades do Estado de São Paulo, e o tamanho de sua rede pública estadual. Ela é o resultado do trabalho de capacitação desenvolvido no CAPE, a partir de uma posição deliberada com relação à sistemática de implantação do atendimento às Pessoas com Altas Habilidades (PAH) no Estado de São Paulo. Essa posição vem obedecendo à opção por capacitar, inicialmente, os profissionais das muitas Diretorias do Estado, no sentido de multiplicar, em suas regiões, as ações necessárias à identificação e ao atendimento, nas próprias comunidades, dos alunos com altas habilidades. Essa decisão permitiu dar a partida a um processo que vem indicando direcionamentos posteriores, que levam em conta as dimensões do estado e a variedade de comunidades a serem atendidas, favorecendo a formação continuada do professor.
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