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Volta às aulas: atenção com os atropelamentos

Roberta Manreza Publicado em 29/01/2019, às 00h00 - Atualizado às 11h50

Imagem Volta às aulas: atenção com os atropelamentos
29 de janeiro de 2019


Por Criança Segura, 

Levantamento realizado pela Safe Kids e Criança Segura alerta sobre o aumento do número de adolescentes mortos em atropelamentos no Brasil 

Com a proximidade do fim das férias escolares, é hora de falarmos sobre um assunto muito importante: a segurança das crianças nas ruas do entorno escolar.

Um estudo realizado pela Safe Kids Worldwide nos EUA apresentou dados que alertam sobre os perigos das zonas escolares para os estudantes. De acordo com o levantamento, nos últimos 20 anos, a morte de pedestres de zero a 19 anos tem diminuído nos Estados Unidos. Entretanto, nos dois últimos anos, esses óbitos aumentaram 13% entres os adolescentes de 12 a 19 anos, o que representa mais do que cinco mortes de pedestres dessa faixa etária por semana nos EUA.

No Brasil, o cenário não é muito diferente. De acordo com dados analisados pela Criança Segura, em 2014, houve um aumento de 10% no número de mortes de pedestres de 15 a 19 anos, o que representa sete mortes de pedestres dessa faixa etária por semana no país. Além disso, os jovens dessa faixa etária representam 26% da população com idades entre zero e 19 anos, entretanto, concentram 46% das mortes por atropelamentos dessa faixa etária em todo o país, o que demonstra a gravidade desse problema (confira o infográfico abaixo ou faça o download do material aqui).

Para entender melhor os motivos que vêm gerando esse cenário de aumento no número de mortes por atropelamento, a Safe Kids, com o apoio da FedEx, analisou o comportamento de 39 mil estudantes do ensino fundamental e médio e 56 mil motoristas em áreas escolares dos EUA.

A organização observou que um em cada quatro estudantes do ensino médio e um em cada seis alunos do ensino fundamental do país andavam distraídos nas ruas da área escolar. A maioria dos adolescentes usava fones de ouvido (44%) ou andava enquanto enviava mensagens de texto (33%).

Notou-se, também, que 80% dos estudantes se comportavam de forma insegura ao atravessar as ruas e que um em cada três motoristas tinham comportamento inseguro no embarque e desembarque dos alunos (como parar em fila dupla ou em cima da faixa de pedestre).

O trânsito é a principal causa de morte acidental de crianças e adolescentes de cinco a 14 anos no Brasil. Os dados levantados pela Safe Kids Worldwide mostram a necessidade de adotarmos algumas medidas para garantir a segurança de meninos e meninas ao transitarem no entorno escolar, tais como : instalar faixa de pedestre, limitadores de velocidade, sinais visíveis e semáforos nas ruas perto da escola; impor limites de velocidade nas áreas escolares que não ultrapassem 40 km/h; educar pais e alunos sobre comportamentos seguros de pedestres e condutores; implementar políticas de embarque e desembarque nas áreas escolares.

Para a coordenadora nacional da Criança Segura, Gabriela Guida de Freitas, é necessário educar as crianças sobre os riscos de andarem distraídas nas ruas.

“É importante estarmos atentos às mudanças em nosso estilo de vida que podem aumentar os riscos de acidentes, como o incremento no uso de aparelhos eletrônicos. Os adolescentes e crianças já são naturalmente mais distraídos, e a ampla utilização de celulares e tablets entre esse público pode comprometer ainda mais sua atenção no trânsito. É necessário que governo, educadores e a população em geral adotem comportamentos seguros no trânsito – seja como pedestres ou condutores de veículo – e que mostrem às crianças e adolescentes, através do exemplo, como se comportar nas ruas de maneira segura” comentou.

A Criança Segura é uma organização não governamental, sem fins lucrativos, qualificada como OSCIP (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público), de atuação nacional.

Sua missão é promover a prevenção de acidentes com crianças e adolescentes de até 14 anos de idade. Atualmente, essa é a principal causa de morte da população dessa faixa etária no Brasil. Entretanto, 90% desses acidentes podem ser evitados com medidas simples de prevenção, que envolvem divulgação de informações, mudança de comportamento e no ambiente e implantação de políticas públicas.

http://criancasegura.org.br




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