Papo de Mãe

Segundo casamento: Entrevista exclusiva com Cláudia Matarazzo

pmadmin Publicado em 10/06/2013, às 00h00 - Atualizado em 16/02/2016, às 09h37

Imagem Segundo casamento: Entrevista exclusiva com Cláudia Matarazzo
10 de junho de 2013


Entrevista exclusiva de Letícia Bragaglia com a jornalista e especialista em comportamento Cláudia Matarazzo.
Letícia Bragaglia  entrevista Cláudia Matarazzo para o Papo de Mãe

Letícia – Cláudia, como fica o convite do segundo casamento? 

Cláudia – Eu acho que o convite do segundo casamento, como o primeiro, ele deve ser impresso. Não é porque é segundo casamento que é menos importante. Então, você tem que ter um símbolo concreto dessa cerimônia, deste ritual, até como lembrança, e para as pessoas entenderem que isso é importante. Não é um e-mail, não é um convite por facebook. Quer dizer, quando você recebe, concretamente, você percebe que dá o tom da festa. Não necessariamente os pais dos noivos precisam convidar no segundo casamento porque, às vezes, os noivos já são independentes, são eles que estão dando a festa, são mais velhos. Mas eu acho que é caso a caso. Se são noivos muito jovens e que os pais fazem questão de convidar, até para que os convidados saibam quem são os pais, porque sempre tem os convidados dos pais. Então para que se localize quem é filho de quem que está casando… Mas eu acho que isso não é uma coisa muito rigorosa.  Letícia – Os noivos que já se casaram anteriormente, muitas vezes, já tem casa montada. Isso muda alguma coisa na hora de fazer a lista de presentes? Cláudia – Eu acho que a questão da lista de presentes num segundo casamento, ela já não se aplica. Supõe-se que eles já tenham casa montada, ou que eles já tenham casado uma vez e já tenham ganho presentes. Mas ainda que não tenham casa montada, que tenham voltado a morar com pai e mãe, esse momento já passou. Não quer dizer que não possam ganhar presentes. Mas aí são presentes aleatórios, são presentes que os padrinhos vão dar, os amigos mais íntimos, não se faz necessária uma lista toda de novo. Aí eu acho que é um pouco demais.  Letícia – E essa moda de pedir cotas da lua de mel, o que você acha disso? Cláudia – Olha, essa coisa de pedir dinheiro de casamento, ou pedir o pagamento de cotas, seja no primeiro ou no segundo casamento, eu ainda acho que uma indelicadeza ímpar porque, na verdade, o presente de casamento, ele é um símbolo. Ele é pra ficar na sua casa, ele é pra te lembrar daquela pessoa, e a pessoa que compra, ela compra com carinho querendo que você lembre daquilo. Então você não vai dar uma cota, você não vai dar dinheiro. Isso é uma distorção dos tempos modernos, virou muito prático, parece que só porque é moderno e prático é bacana, mas não é bacana. Letícia – E como deve ser o vestido de noiva? Vale usar aquele vestido branco tradicional? Cláudia – Eu acho que a questão do vestido da noiva tem variantes. Se é o primeiro casamento dela e é o segundo dele, ela merece usar o vestido de noiva se ela sempre sonhou com isso. Se ela já é mais velha e ainda assim é um primeiro casamento, não necessariamente precisa ser aquele branco alvíssimo, virginal, mas pode ser um vestido de noiva, por que não? Aí tem também a questão da idade que você pode pôr um véu maior, mais curto, isso depende do horário também. Agora, se é um segundo casamento dela, aí eu acho que é muito mais livre. Ela pode usar ou não usar. Se ela de repente falar “usei um vestido de noiva no meu primeiro e agora o meu gosto mudou, quero usar outro modelo”, seja feliz! Use esse outro modelo. Mas eu acho que ele tem que estar de acordo com o horário e com o momento que ela está vivendo. Letícia – Pode pra usar o buquê? Cláudia – Eu acho que o buquê não precisa ser enorme, em cascata. Aliás, esses eu desaconselho para todas as noivas porque são incômodos de carregar. Ela já entra com o compromisso de segurar aquilo, e aquilo pesa. Eu acho que você pode levar uma flor singela, um arranjo pequenininho. Eu acho que essas coisas a pessoa tem que ver se se adequam ao tipo de festa também. Porque, às vezes, é um segundo casamento um pouco mais formal, ou mais informal. Tem isso, também. Letícia – Muitas religiões não aceitam o segundo casamento. Como é que deve ser a cerimônia para não ficar só aquela coisa mais fria, de assinar o papel do casamento civil? Cláudia – O casamento só no civil é curto mesmo e é o que acontece nos segundos casamentos, onde a religião não aceita a cerimônia. Então, eu acho que aí você pode chamar um amigo ou uma amiga muito próxima, tanto do noivo quanto da noiva, para falar algumas palavras. Mas tem que ser uma coisa sóbria. É uma fala sóbria, não muito longa. Não é uma brincadeira dos amigos fazendo piada com os noivos. É diferente. Esse é um outro momento. É uma fala mesmo que abranja esse universo dessas duas pessoas que estão ficando juntas e que diga alguma coisa, identifique esses noivos perante os outros convidados para que eles se unam mesmo perante os presentes. Letícia – Com quem a noiva deve entrar? Com o pai, com os filhos? Cláudia – Eu acho que dependendo da noiva, se tem filhos ou não tem filhos, e se esses filhos estão em idade de entrar junto. Pode-se pensar numa noiva entrando junto com os filhos ou, por que não, entrando novamente com o pai, ou sozinha mesmo. Eu acho tão bonito a noiva entrar sozinha. É um momento que ela já é muito mais independente, já saiu da casa do pai, já escolheu sozinha essa segunda opção, acho que não tem por que não entrar sozinha. Letícia – A gente sabe que depois da cerimônia é que o casamento começa de verdade. Que dica você daria pra quem se casa pela segunda vez e quer evitar saias justas ao lidar com essa nova configuração familiar? Cláudia – Eu acho que a principal dica é naturalidade e transparência. Quer dizer, é uma convivência que, naturalmente, não vai ser difícil. Mas ela também não é simplesinha. Existe toda uma relação de intimidade anterior a essa chegada, tanto da noiva quanto do noivo, então existe uma intimidade anterior, existe uma separação e uma ruptura que já aconteceu e deixou algum tipo de sequela (ou não). Então, as pessoas precisam entender que não é uma relação simples, que flui tão bem. Ela vai passar a fluir à medida que ela funcionar bem. Então, eu acho que tem que ter muita transparência, muita naturalidade, mas também uma distância saudável. Não é “agora somos todos uma mesma família que vamos ficar inseparáveis”. Não é em assim. Tem que ter o seu espaço, o seu momento. Dica: Papo de Mãe – Segundo casamento




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