Papo de Mãe

Novembro Azul: câncer de próstata pode levar à infertilidade 

Roberta Manreza Publicado em 01/11/2017, às 00h00

Imagem Novembro Azul: câncer de próstata pode levar à infertilidade 
1 de novembro de 2017


Por Joseph Monteiro, urologista

O câncer de próstata é o 2 º tumor mais comum em homens brasileiros; técnicas de reprodução assistida podem auxiliar homens que ainda desejem ter filhos após diagnosticada a neoplasia

O câncer de próstata — a doença acometeu cerca de 61 mil homens no ano de 2016 no Brasil, segundo dados do INCA (Instituto nacional do Câncer), pode levar a infertilidade. Isto acontece porque a neoplasia e os tratamentos possíveis, como radio, hormonioterapia e ou quimioterapia afetam a função da glândula masculina, responsável por produzir compostos importantes do líquido seminal que nutre os espermatozoides.

Além disso, a depender do caso, o médico especialista pode indicar a retirada cirúrgica da glândula. “Sem a próstata, a produção do líquido seminal é afetada, ou seja, o homem fica infértil. Em casos em que não é preciso retirar a glândula, o tratamento pode eliminar a produção dos espermatozoides”, explica o urologista Joseph Monteiro, certificado em reprodução assistida pela Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA). 

O médico afirma que, em ambos os casos, as técnicas de reprodução assistida podem permitir que o homem que deseja ser pai tenha a sua fertilidade preservada. “Uma possibilidade é congelar o semen em uma clínica de reprodução, antes da radioterapia. Nos casos cirúrgicos, além da possibilidade do congelamento antes da cirurgia, ainda é possível obter posteriormente os espermatozoides diretamente do testículo para o processo de fertilização in vitro, no qual o óvulo é fecundado no laboratório e o embrião é transferido para o útero”, exemplifica.  

A DOENÇA – O câncer de próstata é o segundo tumor mais frequente em homens no Brasil, ficando atrás apenas dos tumores de pele. Apesar de ser uma doença mais frequente após os 65 anos de idade, estão aumentando os casos a partir dos 50 anos de idade. “Acredita-se que essa redução da idade é causada por equipamentos de exame mais sensíveis, mas também por conta da maior conscientização do risco do câncer prostático através de campanhas, como por exemplo, o Novembro azul. Com isso, e o aumento da expectativa de vida na população, é possível detectar a doença em pacientes que ainda desejem ter filhos. Por isso é importante que saibam da possibilidade de optar pela reprodução assistida, antes mesmo que se inicie o tratamento”, reforça.

Em sua fase inicial, quando o tratamento curativo é possível, o câncer de próstata é uma doença silenciosa, praticamente sem sintomas. Com seu avanço podem surgir dificuldade em urinar, perda do controle urinário, vontade frequente de urinar, principalmente à noite, sangramento ao urinar ou ao ejacular. Em casos mais avançados, podem surgir sinais como a obstrução do aparelho urinário, dores abdominais, perda de peso e apetite, anemia, cansaço e dores ósseas.

DIAGNÓSTICO – De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a detecção precoce de um câncer compreende duas diferentes estratégias: uma destinada ao diagnóstico em pessoas que apresentam sinais iniciais da doença (diagnóstico precoce) e outra voltada para pessoas sem nenhum sintoma e aparentemente saudáveis (rastreamento).

“Homens com histórico familiar de câncer de próstata ou negros (em que a doença costuma ser mais agressiva), devem procurar um urologista após os 45 anos. Para os demais, a idade inicial é 50 anos. Nessa fase, é possível suspeitar da doença por meio de exames de sangue (dosagem de PSA), toque retal e confirmar seu diagnóstico por biópsia, quando indicado”, conclui. 




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