Seminário sobre o papel dos games na saúde acontece em 20/5 no RJ

Roberta Manreza Publicado em 12/05/2016, às 00h00 - Atualizado às 17h04

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12 de maio de 2016


Por: Graça Portela – Icict/Fiocruz 

Foto: Arquivo Papo de Mãe

O Centro de Estudos do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) realizará no dia 20/5, sexta-feira, das 9h às 12h, no auditório do Icict, o seminário Saúde em Jogo, que tem como tema O papel dos jogos na saúde.

A primeira palestra será a da pesquisadora e professora do SENAI-CIMATEC/Bahia, Lynn Alves, que falará sobre Gamebook – uma mídia para crianças com TDAH. Lynn Alves é professora visitante do Instituto Tecnológico de Bragança-Mirandela (Portugal) e coordena projetos de pesquisa e desenvolvimento em jogos digitais como Tríade, Búzios: ecos da liberdade, Guardiões da floresta Brasil 2014: rumo ao Hexa, Insitu, Industriali, Games studies, DOM, Janus e Gamebook. Ela também organiza e coordena há onze anos o Seminário de Jogos Eletrônicos, Educação e Comunicação – construindo novas trilhas. No site Comunidades Virtuais (veja ao lado), é possível ver e baixar produções como In Situ, sobre sistema imunológico humano, onde o jogador aprende a controlar as células de defesa do organismo, defendendo o corpo de ataques virais e bacterianos, dentre outros.

A palestra seguinte será Videogame como Recurso Terapêutico na Reabilitação, com a terapeuta ocupacional Sandra Moura e o fisioterapeuta Humberto Neto, do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO). Os profissionais implementaram o uso de videogames como recurso terapêutico na reabilitação de pacientes no INTO. Eles trarão a experiência do uso de videogames em ações planejadas de acordo com as necessidades específicas de cada paciente, com o aumento da motivação e adesão de pacientes de diversas faixas etárias.

SUSlândia: o jogo sobre a administração do SUS é a terceira palestra, que contará com a participação de Cynthia Macedo Dias, professora-pesquisadora do Núcleo de Tecnologias Educacionais em Saúde (NUTED), da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz), e Guilherme Xavier, pesquisador do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio. O jogo mostra os mecanismos de funcionamento, as potencialidades e os desafios do Sistema Único de Saúde (SUS).

Finalizando, Flávia Carvalho, que é mestre em Ciências (PPGICS/Icict), pesquisa os sentidos da saúde propostos nos jogos digitais de entretenimento e desenvolve newsgames, abordará Newsgames para a saúde. Em sua palestra, ela falará sobre o que são newsgames, seu potencial para a comunicação em saúde e para a divulgação científica.

O seminário será realizado no auditório do Icict, que fica no campus Manguinhos da Fiocruz, Av. Brasil, 4.365. As inscrições são gratuitas, mas devido a limitação do espaço (40 lugares) é necessário se inscrever no através do site do Icict.

A abertura do seminário será feita pelo diretor do Icict, Umberto Trigueiros e a moderação será de Marcelo de Vasconcellos, do Grupo de Pesquisas Jogos e Saúde (Multimeios/Icict), que concedeu ao site do Icict a entrevista abaixo, falando sobre o evento e as expectativas para o uso de games na saúde pelo Instituto.

Por que realizar um seminário sobre o papel de jogos na saúde?
Jogos digitais ainda são um tema cercado de controvérsias e opiniões infundadas provenientes do senso comum. Mais do que um passatempo para crianças, eles representam uma nova mídia, que em si reúne elementos da maioria das mídias anteriores como texto, imagem, vídeo, animação, áudio, etc. São, portanto, uma forma poderosa de se conectar com o público e como tal podem ter um papel importante para a saúde. O objetivo do seminário é justamente apresentar várias visões e formatos da relação jogos e saúde para que os participantes possam ter uma noção melhor deste campo nascente e muito promissor.

Qual o público alvo do evento?
É bem variado e vai desde desenvolvedores de jogos até pesquisadores e profissionais de saúde. Acreditamos que saber mais sobre o tema pode ser útil para diversas áreas e atividades.

Há alguma produção em relação ao tema?
O Icict lançou o Jogo do Acesso Aberto no ano passado (2015) e nos preparamos para lançar ainda este ano um jogo sobre intoxicação doméstica. Há também dois quizzes (testes de personalidade), que embora não sendo jogos propriamente ditos, usam uma abordagem lúdica semelhante para divulgar o trabalho do Sinitox.

Quais as principais dificuldades para fazer jogos na saúde?
No contexto da Fiocruz, tipicamente não temos as expertises de programação de game engines, modelagem e animação 3D que são necessárias para criação de jogos digitais, tendo por isso que recorrer a bolsistas ou profissionais contratados. Outra grande dificuldade é o preconceito de muitas pessoas quanto à mídia em si, entendendo que não é algo “sério” o suficiente para tratar de saúde e mesmo desqualificando a pesquisa e produção de jogos para a saúde como mero diletantismo.

Quais as perspectivas para o Icict nesse campo?
Até onde pudemos levantar, o Icict é a única instituição de saúde no Brasil que manifestou apoio institucional à temática dos jogos, através da certificação do nosso grupo de pesquisa Jogos e Saúde junto ao CNPq. Isso favorece que o Icict assuma um protagonismo muito grande neste setor emergente, consolidando uma reputação de excelência e liderança na pesquisa e desenvolvimento de jogos para a saúde, que em última instância beneficiará o SUS e à população em geral.

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