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Acolhimento médico pode ser decisivo para sucesso de tratamentos de gravidez

Para especialista, olhar o paciente como um todo, corpo e mente, dá conforto emocional e ajuda a superar as dificuldades do tratamento

Redação Papo de Mãe Publicado em 05/02/2022, às 06h00

Existem vários fatores que concorrem para o sucesso ou fracasso de uma gravidez
Existem vários fatores que concorrem para o sucesso ou fracasso de uma gravidez

É muito comum casais que tentam engravidar e não conseguem ouvirem comentários de outras pessoas dizendo coisas do tipo "Isso é um problema da sua cabeça. É só relaxar que você engravida". Com certeza muitas mulheres tentantes já ouviram frases como essa em algum momento da sua jornada. Para o especialista em Reprodução humana Alfonso Massaguer, da clínica Mãe, esse tipo de comentário é uma crueldade com a mulher. 

Segundo o médico, apesar de haver relatos de que fatores psicológicos atrapalham as tentativas de um casal engravidar, não há qualquer comprovação científica que aponte que uma mulher não engravida por causa da "cabeça".

"Não se pode culpar só a cabeça. Ela é importante sim porque vai dar força para a mulher superar as dificuldades do tratamento, mas não é só a cabeça que a está impedindo de engravidar. É muito cruel para a mulher ouvir esse comentário porque não é isso", pondera.

Sugestão: assista ao Papo de Mãe sobre como passar pelas dificuldades da gravidez

O impacto do estresse na tentativa de gravidez

Há vários fatores que concorrem para o sucesso ou fracasso de uma gravidez, segundo o especialista, e o estresse está entre eles. Essa condição é esperada diante das expectativas do casal e a ansiedade gerada por tentativas que não deram certo. É importante destacar que só depois de um ano de tentativas frustradas é que o casal deve procurar a ajuda de um especialista para identificar se o casal é infértil e qual a forma de tratamento de reprodução mais adequada. É um processo que sem dúvida gera um estresse que precisa ser controlado. 

Ao ser submetido a situações estressantes o nosso organismo responde produzindo hormônios que aumentam as reações inflamatórias. Esses hormônios liberados por áreas do cérebro e pelas glândulas adrenais, que ficam acima dos rins, interferem na implantação do embrião aumentando o risco de falhas e perda da gestação.

Diante da importância dos fatores emocionais nesse processo quanto mais eles forem adequadamente controlados, melhor tende ser o prognóstico de gestação", esclarece. 

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É preciso respeitar o momento de cada paciente

Portanto, estar com a "cabeça boa" é estar preparada para o tratamento e para os obstáculos que o casal possa vir a enfrentar.

O tratamento é muito difícil. A perda de uma gravidez inicial provocada por um abortamento, por exemplo, é similar a perda de um parente próximo. Para aquela mulher é um momento de luto, uma pancada muito forte que se não souber lidar com essa perda ela pode não ter forças para seguir adiante", comenta.

O médico diz que há vários casos em que casais com boas taxas de gravidez e com ótimo prognóstico de sucesso, acabam desistindo do tratamento e perdendo uma oportunidade de sair com o bebê porque o emocional não ajuda. Mas, para o Dr. Massaguer, não adianta impor a necessidade de apoio psicológico à paciente, é ela que deve sentir essa necessidade.

"Seria fantástico toda pessoa que se submeter ao tratamento de fertilização seguir com um apoio psicológico, para ter um suporte. Mas existe o momento de cada um. Não adianta falar para uma paciente que ela precisa de um apoio psicológico durante o tratamento, essa paciente precisa sentir vontade de ter o acompanhamento, precisa ser algo espontâneo", afirma.

*Sobre Dr. Alfonso Massaguer - CRM 97.335

É Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Ginecologista e Obstetra pelo Hospital das Clínicas e atua em Reprodução Humana há 20 anos. Dr Alfonso é diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado) especializada em reprodução assistida. Foi professor responsável pelo curso de reprodução humana da FMU por 6 anos. Membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução Assistida (ASRM). Também é diretor técnico da Clínica Engravida, autor de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de medicina, com passagens em centros na Espanha e Canadá. 

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