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Apraxia da fala: entenda este diagnóstico e saiba a hora de levar seu filho na fonoaudiologia

Muitos pais e mães ficam preocupadas com o desenvolvimento infantil, principalmente se há atrasos ou outras questões ligadas à fala. Entenda a apraxia

Redação Publicado em 07/10/2021, às 07h55

Há vários níveis de apraxia, que é um problema da fala
Há vários níveis de apraxia, que é um problema da fala

Você já ouviu falar em apraxia da fala? O termo tem ganhado muito destaque nos consultórios e na mídia e muitas mães já recebem esse diagnóstico das crianças dado por pediatras e neuropediatras. Mas calma lá. Primeiro é importante você saber que a apraxia na infância só pode ser diagnosticada pelo fonoaudiólogo. De acordo com a Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância e Adolescência, apenas 3% da população realmente a têm.

Dito isso, vamos entender melhor o que é apraxia na infância. A Associação Americana de Fonoaudiologia a define como um distúrbio neurológico motor da fala em crianças que resulta de um déficit na consistência e precisão dos movimentos necessários ao ato de falar, mas não um déficit neuromuscular. Isto é, a criança com apraxia tem ideia do que quer comunicar, mas seu cérebro falha ao programar a sequência de movimentos de gestos motores da mandíbula, dos lábios e da língua para produzir sons e formar sílabas, palavras e frases.

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Para você entender melhor, é como se a criança não soubesse o que fazer com a própria boca, pois não consegue planejar os movimentos para que as palavras sejam produzidas e a fala ocorra no tempo e ordem certa. E quanto mais extensa a palavra, maior a dificuldade.

Além disso, é importante ressaltar que existem vários níveis de apraxia - da leve à severa. Nos casos mais graves, nós, fonoaudiólogos, trabalhamos a comunicação por meio de pastas de imagens, tablet, entre outros. Mas para saber o nível é preciso fazer uma avaliação completa, pois a apraxia é um dos problemas da fala. Muitas vezes, o problema pode ser outro.

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Por exemplo, é uma característica muito comum no autismo o atraso ou a dificuldade de iniciar e manter um diálogo. Já na apraxia, a criança compreende a linguagem, mas tem dificuldade em se expressar corretamente. Por isso, nem todo autista tem apraxia, como muitos dizem por aí. E, atenção, crianças muito pequenas também fazem troca de palavras, mas é preciso averiguar se não é um fator que faz parte apenas do seu crescimento. Isto é, em algum momento a linguagem se torna correta naturalmente conforme ela vai adquirindo conhecimento.

Por isso, não entre em pânico. Procure sempre um fonoaudiólogo, profissional que poderá orientar sempre da melhor maneira, com avaliações sérias e um trabalho centrado no que realmente seu filho precisa.

*Cibele Eduardo Pereira, CRFa:10.068, fonoaudióloga da clínica ARTE PSICO

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