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Curso na gestação: quando o excesso de informação intoxica

Quando uma mulher fica grávida ela passa a ouvir muitas dicas, conselhos e palpites, mas é sempre bom saber “filtrar” essas informações e conversar com quem realmente entende do assunto

Anna Mehoudar* Publicado em 22/04/2021, às 00h00 - Atualizado às 12h18

Imagem Curso na gestação: quando o excesso de informação intoxica

Para a gestante e o pai da criança, tudo é novo! Alguns preferem não saber, outros pretendem tudo saber! Como se o tudo, ou o nada, fossem possíveis em algum momento da vida. 

Por lidar com muitas mudanças em pouco tempo, ou seja, muita informação “de dentro”, a mulher quer saber se é normal tudo aquilo que sente e vivencia. Assim como na adolescência, o corpo da gestante muda, mudam os seios, o perímetro da cintura, a noção de espaço, o senso de equilíbrio, os gostos e preferências alimentares. Muda o humor.

Informações não qualificadas podem resultar em ações precipitadas e/ou incorretas, como consultas e exames clínicos em excesso, ou um consumo desnecessário. Algumas compras precisam aguardar a chegada do bebê, para saber o que realmente será necessário. O lema para o consumidor voraz é “quanto menos, mais.” A nossa sorte é que nunca foi tão fácil comprar pela internet, não precisa ter pressa. 

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Informações em excesso dispersam, intoxicam e dificultam a observação daquilo que ocorre “dentro”, e assim, todo sinal corre o risco de se tornar um sinal de alarme. Informações em excesso não colaboram com o processo de decisão necessário à maternidade e paternidade. Assim como acontece com um bebê com gases e cólicas, por exemplo, que fica cada vez mais inconsolável com ofertas sucessivas de supostas soluções: banho, massagem, troca de posição, mamada, troca de roupa, música, bolsa térmica… O bebê fica cada vez mais irritado quando oferecemos sucessivas tentativas de solução sem calma, sem esperar por sua resposta.  

As redes sociais, de início, permitem uma troca de experiências que pode ser interessante. O risco são as posições dadas como certas e únicas, aquelas que entendem que o melhor para uma gestante, é o melhor para todas as mulheres gestantes. Rodas de Conversa mediadas por um profissional de bom senso, podem colaborar para a compreensão de cada gestação.

Informações dosadas e confiáveis, favorecem crescer na experiência, e dialogam com a gestante e o futuro pai. Selecionam informações e diretrizes, e alertam para um consumo desnecessário ou excessivo. 

Sugerimos que as futuras mães e pais participem, juntos, de curso na gestação. Assim, cada um poderá avaliar as ressonâncias da informação para o(a) parceiro(a), conhecer o ponto de vista do outro, dar asas à imaginação, antecipar cenários familiares, alinhar expectativas e regar as vias de construção da maternidade, da paternidade e da parentalidade. É interessante que o curso inclua uma perspectiva integrada da medicina, da enfermagem e da psicologia.  

Em função da pandemia são indicados curso na gestação via EAD ou curso presencial via plataforma online. Cursos são bem-vindos em qualquer momento da gestação e alguns permitem interagir com os profissionais de saúde e com os demais participantes do grupo. 

Benefícios de Curso na Gestação para futuros pais e mães 

  • Mais esclarecidos, desmistificando a gestação, o parto e os primeiros cuidados.
  • Mais confiantes na arte de acolher e educar uma criança.
  • Mais atentos, aprimorando critérios para se posicionarem preventivamente.
  • Menos ansiosos, antecipando cenários e integrando aspectos orgânicos e psicológicos.
  • Mais seguros, com suas dúvidas esclarecidas em linguagem simples e coloquial.
  • Mais protagonistas, construindo relações de confiança com obstetras e equipes de saúde.

Anna Mehoudar

*Anna Mehoudar é psicanalista e diretora do Gamp21 – grupo de apoio à maternidade e paternidade. Saiba mais sobre os cursos na gestação oferecidos pelo Gamp21


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