pmadmin Publicado em 17/10/2011, às 00h00 - Atualizado em 19/09/2014, às 19h41

A gemelaridade é um tema interessante. Atrai olhares curiosos, surpresos e de admiração. Eu fui atraída por esse tema quando a Majoy Antabi (fundadora do site múltiplos), há 9 anos atrás, convidou-me a colaborar com o portal através de artigos pertinentes a gêmeos. Desde então, estudo sobre o tema e meu encantamento e curiosidade é cada vez maior à medida que aprendo sobre eles, e foi o que me levou a me especializar sobre gêmeos (PUC – 2010). Me intrigava saber como duas pessoas (ou mais) com a mesma carga genética acabam tornando-se pessoas com personalidades tão diferentes. O que os levavam a ter uma maneira de enxergar o mundo, de pensar, de se relacionar e de se comportar de seu jeito tão particular? Será que os pais têm influência sobre isso? Além dos pais, quem mais? A escola, os amigos, familiares em geral, sociedade?Inúmeras pesquisas são feitas para desvendar esse mistério. Um estudo que se destaca foi realizado na Itália por Pinnott, que observava a interação entre os gêmeos desde a vida intra-uterina. Pinnott percebeu que dentro do útero cada co-gêmeo já tinha sua particular maneira de se relacionar: um era mais espaçoso, ocupando a maior parte da barriga da mãe, outro mais agressivo com suas “cotoveladas”, já outro mais carinhoso tendendo a acariciar o irmão e assim por diante. O mais incrível é que essas características pareciam perpetuar ao longo de suas vidas.Outro estudo recente que nos ajuda a compreender essas diferenças, é que a carga genética está em constante mutação desde a concepção humana, ainda no útero materno. Essas transformações se dão conforme o contato com o meio ambiente. Portanto, cada co-gêmeo já se relacionará e será diferente só pelo fato de estarem em lugares diferentes.Isso não significa que não terão similaridades. Terão sim, e muitas. Vejo que o maior desafio para eles é exatamente poder se diferenciar do irmão, e isso se torna uma luta constante, quase que diária, e se manifesta de diversas formas. Digo que é uma “luta” porque o sentimento de se diferenciar é ambíguo: ao mesmo tempo que almejam essa diferença, é mais fácil, ou mais “seguro”, ser igual, quase que uma forma de lealdade ao seu irmão.Então quando me perguntam: “Devo vestir meus filhos diferente?” ou “coloco-os na mesma classe?”, enfim, “como deve ser a educação de gêmeos?”Em primeiro lugar, acredito que não existem regras, assim como sempre ouvimos quando nos tornamos mãe: “Filhos não vêm com manual de instruções”. Agora, o que podemos, é refletir. A individualidade é desenvolvida de uma forma muito natural e os pais vão conhecê-la gradualmente, é uma mútua descoberta.Vamos utilizar o exemplo da vestimenta. Se mesmo por um motivo de praticidade, acabe vestindo-os iguais, o que é totalmente compreensível, é possível achar uma forma de diferenciá-los, mesmo que seja através de um acessório de cabelo, por exemplo, ou através da preferência da cor de cada um. 