No mês de conscientização do câncer cerebral, Sidnei Epelman, oncologista pediatra, faz alerta sobre sintomas para aumentar as chances de cura nos jovens
Fernanda Fernandes* Publicado em 26/05/2022, às 11h20
O Maio Cinza, mês de conscientização do câncer cerebral, tem como objetivo alertar e esclarecer dúvidas sobre a importância do reconhecimento precoce dessa doença e chamar a atenção para alguns sintomas que servem de alerta.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA-2020), o câncer cerebral está entre os 10 tipos de câncer que mais matam, sendo que o Brasil é responsável por 4% das mortes por câncer. Ainda de acordo com o Instituto, em 2020, foram registrados 35 novos casos de câncer cerebral a cada 100 mil crianças, sendo um dos mais comuns entre os pequenos e os adolescentes.
O diagnóstico precoce é fundamental para o aumento das chances de cura do tumor cerebral infantojuvenil e os sinais e sintomas podem ser percebidos por pais e adultos.
Para falar sobre o assunto, o Papo de Mãe entrevistou Sidnei Epelman, especialista em Oncologia Pediátrica, para tirar todas as dúvidas sobre o câncer cerebral em crianças e adolescentes. Confira as respostas:
Sidnei Epelman: Câncer cerebral é uma forma generalizada de se chamar qualquer tipo de tumor maligno primário do cérebro. Pode crescer em qualquer parte do cérebro e acometer qualquer faixa etária. Entretanto, é o tumor sólido mais comum na infância, e o segundo tipo após as leucemias agudas, quando incluímos todo tipo de neoplasias.
Sidnei Epelman: Não existe uma causa especifica conhecida que desenvolveria o tumor cerebral. É uma pergunta muito comum dos pais por acharem que poderiam ter evitado e também por se preocuparem com os outros filhos. Sabe-se que existem algumas síndromes genéticas que apresentam um risco maior de desenvolver os tumores cerebrais. A exposição aumentada a irradiação também pode levar a um risco aumentado de tumor cerebral.
Sidnei Epelman: Os sinais e sintomas dependem da faixa etária da criança e da localização do tumor.
Sidnei Epelman: O tratamento da maioria dos tumores cerebrais na infância e adolescência se inicia, quando possível, com a neurocirurgia, na tentativa de ressecção ampla do tumor e o seu diagnóstico. Baseado no diagnóstico, a radioterapia, quimioterapia e agente moleculares e terapia direcionada são indicados.
Sidnei Epelman: O diagnóstico precoce acontece quando a criança é vista por equipe treinada com os diversos sinais e sintomas (descritos na tabela) que muitas vezes mimetizam outras doenças dessa faixa etária. Quando da suspeita ou confirmação diagnóstica, o paciente deve ser encaminhado para um centro de excelência no manejo desses pacientes.
*Fernanda Fernandes é repórter do Papo de Mãe
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