Papo de Mãe

A saúde bucal da gestante e do bebê

programa dos Mil Dias de vida, criado em 2007 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), destaca que os cuidados da mãe na gestação, parto e nos primeiros dois anos do bebê são fundamentais para a saúde física e emocional da criança, com reflexos que serão sentidos ao longo de sua vida.

Roberta Manreza Publicado em 17/01/2019, às 00h00 - Atualizado às 12h31

Imagem A saúde bucal da gestante e do bebê
17 de janeiro de 2019


Por Karina Gottardello Secchin*, cirurgiã-dentista

Alimentação adequada nos primeiros mil dias de vida é essencial para a saúde da criança

Introdução de alimentos com alto teor de açucares altera o paladar e aumenta risco de obesidade, além de doenças crônicas, como a cárie. O programa dos Mil Dias de vida, criado em 2007 pela Organização Mundial da Saúde (OMS), destaca que os cuidados da mãe na gestação, parto e nos primeiros dois anos do bebê são fundamentais para a saúde física e emocional da criança, com reflexos que serão sentidos ao longo de sua vida. A ideia é que a atenção dada durante esse período pode determinar a saúde do organismo da mãe de maneira significativa.

Para isso, durante a gestação a futura mãe tem que ingerir uma quantidade adequada de alimentos com grande qualidade e variedade. Alimentação deficiente no primeiro trimestre da gestação predispõe o bebê a doenças como o TDAH (transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade). O aleitamento materno exclusivo, recomendado pela OMS, deve ser estimulado, uma vez que o leite da mãe é rico em proteínas, açúcares e gorduras adequados e suficientes para nutrir corretamente o bebê. Durante a amamentação a mãe deve observar os cuidados com cafeína e açúcares, que resultam em excitação cerebral nociva no bebê, e alimentos com potencial para o desenvolvimento de alergias devem ser redobrados.

Os impactos ao consumir alimentos com alto teor de gorduras e açucares

De acordo com Karina Gottardello Zecchin, dentista da Hope Odontologia, consumir alimentos com alto índice de açucares e gordura tanto na gestação, quanto na alimentação do bebê, além de comprometer o correto desenvolvimento da criança e afetar sua saúde na vida adulta, será um fator potencial para o surgimento de lesões de cárie e, ao contrário do que muitos pais pensam, essas lesões em dentes decíduos doem e progridem rapidamente. “Não são raros os casos de tratamento endodôntico (de canal) em dentes de leite, com colocação de pino e coroa, além do fato de que muitas crianças não se alimentam corretamente por sentirem dor nos dentes com lesões de cárie.”, destaca a especialista.

“Para que a doença cárie não se desenvolva no bebê é muito importante uma visita ao odontopediatra nos primeiros meses de vida. A correta orientação sobre a higiene bucal, mostrando as opções adequadas de escova e fio dental, é fundamental para que, nesta fase, se adquira hábitos saudáveis que permanecerão na vida adulta”, enfatiza Zecchin.

Ela explica ainda que a erupção dos dentes de leite pode gerar desconfortos no bebê, como excesso de salivação, inchaço gengival e sensação de coceira. Mordedores apropriados podem ser usados, inclusive após resfriamento em geladeira para o alívio de parte destes sintomas. Outros sinais (febre baixa e diarreia) podem ser notados pelos pais, que orientados pelo odontopediatra, terão suas dúvidas esclarecidas.

Nutrição após os seis meses de vida

Após o nascimento, a nutrição começa pela boca do bebê, primeiro através do leite e depois com a introdução de frutas e papinhas com orientação do pediatra. É importante que os bebês sejam guiados nessa introdução dos alimentos. Os bebês precisam aprender a mastigar, assim como aprender a andar e falar, por exemplo. Sem contar que a mastigação estimula e fortalece a musculatura que rege os ossos da maxila e a mandíbula, permitindo a correta formação óssea e a oclusão dos dentes em erupção.

Odontopediatria e seus benefícios

A saúde bucal da gestante também influencia no desenvolvimento do bebê, sabe-se que infecções bucais estão fortemente relacionadas a partos prematuros e baixo peso do recém-nascido. De acordo com Zecchin, os pais devem levar os filhos com menos de seis meses de vida ao odontopediatra, buscando orientações sobre a amamentação, a familiarização com o ambiente odontológico, a avaliação da função, lesões e motilidade da língua.

“O odontopediatra é o profissional que fornece aos pais todas as orientações em relação à higiene bucal, sobre o uso de copos de transição, bem como sobre a prevenção ou remoção de hábitos nocivos, como sucção digital, onicofagia (roer unhas), uso de chupeta e mamadeira. Também cabe ao profissional realizar a cirurgia de frenectomia (freio labial) – quando indicada pelo teste da linguinha, assim como o diagnóstico de possíveis lesões bucais.”, destaca a dentista.

*Karina Gottardello Secchin é dentista da Hope Odontologia. Com mais de 20 anos de história, a Hope Odontologia resgata a autoestima e traz de volta a alegria de sorrir naturalmente por meio de tratamentos odontológicos diferenciados e de excelência. A Hope Odontologia torna-se um consultório de referência em implantes e ortodontia. 

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