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» SOS: ESTOU PERDENDO MEU FILHO PRAS TELAS

A série Round 6

Em sua nova série sobre o uso das telas pelos filhos, Stella Azulay fala sobre a série Round 6 e como lidar com programas com classificação etária

Maria Cunha* Publicado em 22/11/2021, às 13h44

Stella Azulay é colunista do Papo de Mãe
Stella Azulay é colunista do Papo de Mãe

Atualmente, um dos maiores desafios dos pais é saber como educar os filhos em questões que envolvem o uso de tecnologia. A colunista do Papo de Mãe Stella Azulay, no primeiro episódio de sua série “SOS: Estou perdendo o meu filho pras telas”, traz como tema a série Round 6, que ficou nos top trends de todas as redes, discussões, reportagens, e foi tema em grupos de WhastApp de pais e escolas.

Apesar disso, Stella, que é diretora da escola de pais e adolescentes XD, reforça que a discussão não está exclusivamente direcionada para a série Round 6, mas para qualquer série ou filme que tenha uma indicação etária, limite de idade ou até que os pais percebam sozinhos que não é apropriado para o seu filho de tal idade.

Assista ao vídeo da Stella Azulay sobre o uso das telas pelos mais novos

Deixo os meus filhos menores de 16 anos assistirem Round 6?

Segundo Stella Azulay, às vezes, os filhos estão abaixo da idade recomendada, mas têm livre acesso à esse tipo de conteúdo.

“É muito importante saber que a indicação da idade não é aleatória, existem pessoas, profissionais da saúde mental, que estão envolvidos na definição de a partir de que idade, aquela criança ou adolescente pode assistir determinado conteúdo. Existem danos neurológicos comprovados caso aquela criança ou adolescente tenha contato com esse tipo de conteúdo”.

Stella explica que, entre as lesões, estão danos na formação, pois a criança ou adolescente não tem capacidade ou estrutura emocional e psicológica para lidar com certos temas.

“Pais, não tenham medo de colocar limites, é muito importante. Deixo meus filhos menores de 16 assistirem Round 6? Não, não deixo”, conclui.

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Como fazer para que não assistam, sem isso se tornar um episódio traumático?

Stella Azulay conta que é importante aproveitar o momento e o transformar em uma oportunidade de os pais e responsáveis aprenderem a se comunicar e colocar limites de forma saudável em casa.

“Eu sou sempre defensora do diálogo, a gente não pode simplesmente proibir por proibir, porque isso pode gerar um efeito totalmente contrário e despertar uma revolta, uma curiosidade, que vai fazer com que aquela criança ou adolescente vá atrás desse conteúdo de uma forma escondida, oculta. Aí é pior, pois eles vão assistir e os pais não vão poder dar a orientação, o acompanhamento que eles precisam, nem debater o tema”, pontua. 

Com isso, a diretora da escola de pais e adolescentes XD reforça que uma postura autoritária marcada por frases como: “não pode, porque eu não quero”, “não pode, porque eu não deixo”, “não pode, porque eu sou seu pai, sua mãe” ou “quem manda aqui sou eu”, é tão delicada quanto deixar o filho assistir o conteúdo impróprio para sua faixa etária.

“Vamos aproveitar essa oportunidade para criarmos esse hábito do diálogo e da conversa. Chegue para o seu filho, independente da idade dele, mas pensando que essa conversa tem que estar ao alcance da capacidade dele de entendimento e explique o motivo pelo qual você não deixa assistir, explique que vai chegar a hora em que ele vai poder ter a opção de escolher”.

Além disso, Stella diz que é preciso explicar aos filhos os danos e consequências que determinados conteúdos podem causar, explicando que não irá fazer bem para aquilo que eles pensam sobre a vida e que eles ainda não têm condições de lidar com esse tipo de assunto.

E se meu filho já assistiu?

Caso o seu filho já tenha assistido, o conselho da colunista é não fazer disso um drama, ou seja, não adianta surtar, gritar e usar de agressividade verbal ou física, pois isso também pode gerar um efeito totalmente contrário ao desejado.

“Quando a gente fala de educação de filhos, a gente sempre tem que ter em mente onde eu quero chegar e que filho eu quero construir. Então, a gente não pode simplesmente se deixar levar pela emoção”, explica Stella Azulay. 

Assim, o conselho é: se o seu filho assistiu, a primeira coisa é sentar e perguntar o que ele achou, o que ele pensou e o que ele entendeu do conteúdo que assimilou. Depois disso, o correto é explicar as coisas que ele tenha analisado com um olhar um pouco assustado, por ter aquela idade. Tem que ter sensibilidade.

“Às vezes, aquela criança já viu no TikTok algo a respeito, nem viu o filme todo, mas tem muitos filminhos disponíveis no TikTokque podem trazer imagens ou ideias, para aquelas crianças, muito agressivas. Então, você tem que saber até se ele teve acesso à parte do conteúdo”, complementa a colunista do Papo de Mãe. 

Os amigos todos viram e ficaram falando sobre a série. O que eu faço?

Se as demais crianças viram e comentaram a série, com exceção do seu filho, Stella Azulay explica que essa é uma ótima oportunidade de explicar o porquê, em sua casa, a série não é permitida.

“É importante que os pais conheçam os próprios valores da família, as regras que a casa tem, para que nesse momento os pais tenham A possibilidade de explicar para os filhos que não é por que os amigos fazem que ali eles farão também”.

A colunista finaliza ao lembrar que o mais importante, em relação a esse ponto, é que as atitudes dos pais sejam coerentes com os valores e regras impostos por eles.

*Maria Cunha é repórter do Papo de Mãe

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