Dia Nacional de Doação de Leite Humano: ação promove auxílio a crianças recém-nascidas

A pediatra Dra. Maria Raquel explica os benefícios do leite humano para os bebês e orienta sobre como prepará-lo para a doação

Redação Papo de Mãe Publicado em 19/05/2022, às 06h00

A doação de leite humano pode ajudar a salvar vidas -

​Instituido pela Lei nº 13.227/2.015, o Dia Nacional de Doação de Leite Humano é comemorado anualmente em 19 de maio – data em que também é celebrada a Semana Nacional de Doação de Leite Humano, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância do ato para crianças recém-nascidas, além de se mostrar uma iniciativa a mais para a proteção e a promoção do aleitamento materno.
Segundo a pediatra Dra. Maria Raquel Moreira Garutti Yazbek, a doação ajuda principalmente a salvar vidas. “Só quem já viveu o dilema de acompanhar um bebê na UTI Neonatal, sobretudo os prematuros extremos ou doentes, entende o quanto o leite humano é importante para amadurecer o sistema gastrointestinal, além de aumentar a defesa contra infecções e doenças e diminuir a mortalidade neonatal.”


Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aleitamento é recomendado até os 2 anos ou mais, porém, deve ser exclusivo até os primeiros seis meses de vida. O leite materno é considerado o melhor alimento do mundo e é a primeira fonte de nutrientes do ser humano, não apenas para a evolução das funções biológicas, mas também do desenvolvimento afetivo e psicológico.


É um leite que contém carboidratos, proteínas, lipídios, vitaminas, minerais, substâncias imunocompetentes (imunoglobulina A, enzimas, interferon), e que não precisa de moduladores de crescimento. A composição nutricional é extremamente balanceada e suficiente, não havendo necessidade, inclusive, de ofertar água adicional ao bebê nos primeiros meses de vida”, comenta Yazbek.


Já para as mães que por alguma razão não conseguirem amamentar e para os bebês que rejeitam o aleitamento, existem eficientes fórmulas disponíves no mercado. Embora essas soluções não sejam como o leite materno, elas garantem que os bebês cresçam bem nutridos e protegidos. O ideal é procurar a orientação do pediatra responsável pelo acompanhamento da criança, a fim de saber qual o melhor produto para cada organismo.

Informações para doação

A pediatra orienta que as mães interessadas em realizar uma doação devem deixar vários frascos prontos, preferencialmente de vidro e com a boca larga para guardar o leite materno ordenhado. “Lembrando de lavar e ferver o pote em uma panela com água quente por cerca de 15 minutos, então deixar escorrer com a boca para baixo, sobre um pano limpo até secar. Depois é só fechar, sem tocar com a mão na parte interna da tampa ou do frasco.”

​Outras orientações incluem o cuidado com a higiene pessoal antes de iniciar a coleta do leite, usando uma touca ou lenço nos cabelos e máscara sobre o nariz e a boca; lavar as mãos e braços até o cotovelo com bastante água e sabão; e lavar as mamas apenas com água, secando em seguida com uma toalha limpa e sem uso.

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​Depois basta retirar o leite em um local confortável, limpo e seguro. Para a extração do líquido, o ideal é massagear as mamas com as pontas dos dedos, em movimentos circulares no sentido da aréola para o corpo e colocar o frasco embaixo, desprezando as primeiras gotas.

Terminada a coleta e com o recipiente bem fechado, a Dra. Maria Raquel indica que se anote na tampa a data e a hora em que o leite foi retirado e que, em seguida, guarde-o imediatamente no freezer ou no congelador.

“O material pode ser mantido por até 10 dias a depender do modo de congelamento, prazo em que deverá ser entregue ao banco de leite humano, onde será feita uma seleção, classificação, processamento, controle de qualidade e distribuição do leite humano pasteurizado.”


​Para encontrar o banco de leite mais próximo da sua casa, basta apenas realizar uma consulta no site da Rede Global de Bancos de Leite Humano Brasil, inserindo sua região, estado e cidade.


Sobre Maria Raquel Yazbek

Maria Raquel Moreira Garutti Yazbek é médica pediatra formada pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp), com especialização em Gastroentoterologia e Hepatologia Infantil pelo Hospital das Clínicas, na Faculdade de Medicina de São Paulo (USP). Também possui especialização em Pediatria pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC).

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