Você já vacinou seu filho?

Quem ainda não vacinou as crianças, precisa vacinar. A vacinação agora será exigida, inclusive, pelas escolas estaduais.

Thaissa Alvarenga* Publicado em 31/01/2022, às 09h07

A vacinação é fundamental para salvar vidas -

Acredito que você já respondeu esta pergunta diversas vezes nos últimos dias.

Já vacinou seu filho? Qual vacina? Tem certeza?

Muitas vezes este questionamento, mesmo que com a intenção de ajudar, acaba nos deixando ansiosas e aflitas de estarmos tomando a decisão certa e segura para nossos filhos.

Pensando nisso resolvi abrir espaço na minha coluna para compartilhar com vocês a opinião dos profissionais que acompanham meu filho Francisco desde o nascimento.

Assista ao Papo de Mãe sobre vacinação

Francisco nasceu com síndrome de Down e com uma cardiopatia congênita corrigida com uma cirurgia aos 4 meses de vida e uma condição autoimune detectada aos 4 anos, minhas dúvidas são como a de qualquer mãe que deseja, acima de tudo, saúde e segurança para seus filhos.

A indicação do Dr Alessandro Cavalcanti Lianza, cardiologista do Chico, é simples – “não há dúvidas que a vacinação de crianças é extremamente necessária e urgente. A vacina tanto reduz a severidade da doença, como reduz o contágio de uma forma geral, por diminuir a carga viral nos infectados, e consequentemente, a transmissibilidade e circulação do vírus.”

Complementa ainda que – “A infecção por COVID-19 em crianças pode causar complicações graves e potencialmente fatais tais como a Síndrome Inflamatória Multisistêmica pediátrica (SIM-p). Nesta doença, há inflamação de várias estruturas como as artérias coronárias (causando dilatação e aneurismas), e o próprio músculo cardíaco causando a miocardite.

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De acordo com dados publicados em janeiro deste ano pelo Instituto Butantã, o Brasil registrou 1.449 mortes de crianças até 11 anos de idade por COVID-19 e mais de 2.400 pacientes com SIM-p, tornando a COVID uma das 10 causas de morte mais comuns em pediatria.”

“Do ponto de vista do quadro reumatológico não há contraindicação. A vacina é segura e é claro que a resposta vacinal vai variar de acordo com a doença de base e o tipo de medicação imunossupressora que a criança faz uso, mas ainda assim tem toda a indicação frente às complicações cardíacas, neurológicas e respiratórias que a COVID -19 pode causar. Além disso, nesta nova onda, está se apresentando um número maior de internações de crianças e, às vezes, com maior gravidade.” - confirma a Drª Maria Carolina dos Santos, reumatologista pediátrica que acompanha meu filho.

O recado ficou muito claro para mim. Dr. Alessandro ainda complementa – “Muitos pais estão atordoados quanto a vacinação dos seus filhos, visto a grande quantidade de notícias falsas que circulam na internet.

De forma clara e objetiva, nos Estados Unidos foram vacinadas mais de 8 milhões de crianças de 5 a 11 anos de acordo com dados do órgão regulatório americano (CDC) e destes, apenas 4.149 crianças tiveram reações leves, como dor no braço, febre baixa e dor de cabeça. Complicações graves como a tão falada miocardite, são extremamente raras, sendo relatados apenas 11 (ONZE) crianças de todas as vacinadas, sem nenhum óbito relacionado.

No Brasil duas vacinas – Pfizer dose pediátrica e Coronavac - estão aprovadas para crianças, sendo que os pacientes imunossuprimidos devem receber a Pfizer.

Ambas tem ótimo perfil de segurança e imunogenicidade.

A decisão entre aplicar uma ou outra vacina deve ser de cada família.

O mais importante é vacinar, sempre!!!! ⠀⠀⠀⠀⠀⠀

Definitivamente não existem mais argumentos para não vacinar as crianças!

Em resumo, vacinas sempre salvaram vidas e evitaram mortes por doenças contagiosas, com erradicação de doenças como a poliomielite e o sarampo.

Alessandro Cavalcanti Lianza

Doutorado e pós-doutorado pela USP

Cardiologista e ecocardiografista pediátrico do Hospital Israelita Albert Einstein, Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e do Hospital do Coração.

Maria Carolina dos Santos

Mestrado e Doutorado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Responsável pelo Serviço de Reumatologia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo; reumatologista pediátrica do Hospital Infantil Darcy Vargas.

Membro da Comissão Científica da Sociedade Paulista de Reumatologia e Vice-presidente do Departamento Científico de Reumatologia da Sociedade de Pediatria de São Paulo.

Thaissa Alvarenga e os filhos

*Thaissa Alvarenga é fundadora da ONG Nosso Olhar, do portal de conteúdo Chico e suas Marias e do canal do youtube Inclua Mundo.

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