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Entenda por que as pessoas têm mais vontade de comer alimentos ricos em carboidratos no frio

A endocrinologista Dra. Mariana Carvalho de Oliveira explica como funciona a reação de recompensa liberada pelo corpo ao consumir carboidrato

Redação Papo de Mãe Publicado em 21/06/2022, às 07h49

Com o frio, o corpo passa a demandar mais energia, fazendo com que as pessoas passem a ingerir alimentos mais calóricos
Com o frio, o corpo passa a demandar mais energia, fazendo com que as pessoas passem a ingerir alimentos mais calóricos

A queda de temperatura externa, especialmente marcante durante o inverno, faz com que o corpo humano necessite de mais energia para se manter aquecido. Segundo a endocrinologista Dra. Mariana Carvalho de Oliveira, como a principal fonte de força do organismo vem dos alimentos, há uma tentativa de manter a temperatura corporal equilibrada, com o cérebro recebendo sinalizações hormonais e de neurotransmissores que estimulam o aumento do apetite e da fome.


O corpo está pedindo mais energia e, como consequência, é comum que se acabe ingerindo alimentos mais calóricos. Outro forte fator de contribuição é a serotonina, um neurotransmissor ligado ao prazer e à saciedade. No inverno, algumas pessoas podem ter redução desta produção, fazendo com que haja mais busca e desejo pelos alimentos chamados hiperpalatáveis, nos quais se encontram os carboidratos”, comenta a especialista.


Uma comida hiperpalatável se caracteriza pela combinação de determinados componentes, como gordura, sódio, açúcar e carboidratos, de modo que o produto se torne mais saboroso. Alguns exemplos são os biscoitos, chocolates e industrializados. “Além disso, o tempo mais frio ainda diminui a vontade de se consumir itens crus e frios, como saladas e frutas.”

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A endocrinologista alerta que é preciso controlar esses desejos, pois caso o abuso alimentar se torne um hábito incontrolável ou rotineiro poderá resultar em maior ganho de peso, principalmente naqueles que já possuem uma tendência à obesidade. “A orientação é que se mantenha sempre o corpo aquecido para evitar que o cérebro aumente a fome de forma compensatória”. Outra dica é manter o consumo disciplinado de fibras e legumes em versões mais quentes. Se alimentar de mais proteínas também pode auxiliar, mas mesmo esses produtos devem ser consumidos sem exagero.


“Assim como as fibras, as proteínas demoram mais tempo para serem digeridas pelo organismo, o que prolonga a sensação de saciedade e consequentemente mantém o apetite controlado por mais tempo. Lembrando que mudanças na alimentação devem sempre ser acompanhadas de um profissional especializado” orienta Dra. Mariana.

Quem é Dra. Mariana Carvalho de Oliveira?
Nascida em Araraquara, formou-se em medicina pelo Centro Universitário Barão de Mauá, em Ribeirão Preto. É especialista em Clínica Médica e em Endocrinologia e Metabologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Atualmente, trabalha no Hospital Estadual de Américo Brasiliense (HEAB) e é professora e preceptora do curso de Medicina da Universidade de Araraquara (UNIARA), além de atender em seu consultório localizado na mesma cidade.

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