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“Mulheres também infartam”: doença é oito vezes mais letal que o câncer de mama

Campanha “Mulheres também infartam” traz a importância da prevenção do infarto entre mulheres, na maioria das vezes subdiagnosticado

Sabrina Legramandi* Publicado em 02/08/2021, às 15h18

Doenças cardiovasculares são a maior causa de morte de mulheres no mundo
Doenças cardiovasculares são a maior causa de morte de mulheres no mundo

Até pouco tempo atrás, os casos de infarto do miocárdio eram considerados como um problema próprio dos homens e os riscos para as mulheres eram pouco discutidos. Porém, com o aumento de fatores como estresse, ansiedade, alimentação inadequada e alterações hormonais, como as provocadas pelas pílulas anticoncepcionais, os casos cresceram e passaram a atingir mais mulheres.

Oito vezes mais letal que o câncer de mama, o risco de uma mulher morrer em decorrência de um infarto são 50% maiores se comparado aos riscos de um homem vir a óbito pela doença. Foi por isso que a SBHCI (Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista) criou a campanha “Mulheres também infartam”.

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A campanha, presente no Instagram e no YouTube, traz orientações para prevenir doenças cardiovasculares e a importância do diagnóstico precoce. “No momento do infarto ocorre a falta de oxigênio das células e, por isso, quanto mais rápido se iniciar o tratamento para desobstruir esta artéria, menor é a consequência deste infarto”, explica a médica Viviana Lemke, cardiologista intervencionista da SBHCI.

Ela traz algumas orientações e alguns sinais, que podem ser sutis, do infarto do miocárdio e também fala sobre o que, para ela, é o mais importante: prevenir os casos.

Quais são os sinais do infarto em mulheres? E quando procurar ajuda?

A doutora Viviana Lemke explica que os principais sintomas são forte dor no peito, que pode ser irradiada para os membros superiores, e palidez na pele. Porém, os sinais nas mulheres podem confundir e, muitas vezes, aparecem apenas como um leve desconforto.

Nas mulheres, os indícios podem ser falta de ar, arritmia, cansaço extremo e dores de menor intensidade na boca do estômago ou na mandíbula. Viviana explica que essas manifestações, quando acompanhadas por fatores de risco, devem acender o alerta e fazer com que a mulher procure atendimento médico.

Esse problema é subdiagnosticado, e devemos conscientizar as mulheres sobre a importância de estar alerta, principalmente nos dias de hoje. A Covid-19, por exemplo, também pode provocar sintomas atípicos e atraso no início do tratamento por receio de procurar um hospital.” (Viviana Lemke)

A prevenção e o diagnóstico precoce podem salvar vidas

A cardiologista explica que a melhor maneira de evitar os casos da doença entre mulheres é cuidando dos fatores de risco, de modo a reduzi-los. Mulheres que fumam, são obesas, sedentárias e possuem doenças como diabetes, hipertensão e colesterol alto, devem realizar acompanhamento e tratamento médico.

A principal causa de morte de mulheres no mundo, segundo Lemke, são as doenças cardiovasculares: cerca de 30% das mortes que atingem o sexo feminino são provocadas pelo problema. E é por isso que falar sobre os riscos ajuda a salvar vidas.

A campanha “Mulheres também infartam” também tem o objetivo de ressaltar a importância do diagnóstico precoce. No caso do infarto, cada minuto conta.” (Viviane Lemke)

*Sabrina Legramandi é repórter do Papo de Mãe

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