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O que as escolas precisam saber para receber uma criança com alergia alimentar?

Se você não conhece uma criança com alergia alimentar, nunca deve ter se atentado à importância de uma escola estar bem preparada para receber um aluno nessa condição

Dra. Renata Cocco* Publicado em 24/01/2020, às 00h00 - Atualizado às 11h20

Imagem O que as escolas precisam saber para receber uma criança com alergia alimentar?

Se você não conhece uma criança com alergia alimentar, nunca deve ter se atentado à importância de uma escola estar bem preparada para receber um aluno nessa condição. Pensando nisso, a Dra. Renata Cocco, Coordenadora do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação de Alergia e Imunologia (ASBAI), preparou dicas importantes que ajudam a deixar o ambiente escolar seguro para a criança.

Passo 1 – Documentos sobre Condição de Saúde

  • A escola deve solicitar à família que preencha formulário ou ficha de saúde que tenham informações detalhadas sobre o alimento (e seus derivados) responsável pela reação alérgica.
  • É necessário solicitar que os pais apresentem o laudo médico explicando os possíveis sintomas em caso de reação, a potencial gravidade dessa reação alérgica, inclusive com possível anafilaxia e o tratamento em cada uma delas.
  • A escola precisa exigir atestado a cada seis meses para atualizar sobre a evolução da saúde da criança em relação à alergia

Passo 2 – Como prevenir reações alérgicas na escola

  • Antes do início das aulas, a família, coordenação escolar e professores devem se reunir para conversar sobre os cuidados necessários.
  • É fundamental que a escola faça as adaptações necessárias do cardápio escolar.
  • A escola deve informar toda a equipe e, se possível, aos pais dos demais colegas da sala de aula sobre as restrições da criança com alergia.
  • Tomar os cuidados necessários para evitar a contaminação cruzada (ex.: mesa de lanche coletivo).
  • Em caso de dúvida, não ofereça o alimento para a criança antes de entrar em contato com a família.

Sugestão: Entrevista com o Dr. Bactéria sobre alergias e intoxicação alimentar

Passo 3 – Primeiros Socorros

  • A família deve entregar à escola uma lista com as medicações que devem ser administradas e as respectivas dosagens.
  • Em caso de necessidade de remoção hospitalar, a instituição de ensino deve portar informações como: convênio, hospitais, SAMU, etc.
  • A escola deve ter em mãos os principais contatos da família para caso de emergência.

Passo 4 – A inclusão da criança com alergia alimentar

  • A escola precisa conversar com a turma e explicar sobre os cuidados que devem ter com a criança que tem alergia ao alimento.
  • Desenvolver atividades educativas que estimulam o cuidado, a generosidade e a cooperação.
  • O cuidado com as palavras e frases para não rotular a criança com alergia alimentar.

Veja também:

  • Nunca isole a criança com alergia alimentar durante as refeições. Seguindo os cuidados da segunda dica é perfeitamente possível que essa criança possa se socializar com os amigos neste momento.
  • Muito comum nas escolas, as aulas de culinária devem adaptar os ingredientes que serão usados nas receitas para que toda criança possa participar, inclusive as que têm alergias ao ovo, leite, trigo etc. Existem muitas receitas que possibilitam a troca desses ingredientes.
  • Em caso de comemorações, como festinhas de aniversário, comunicar a família com antecedência para que a coordenação da escola, juntamente com a família, possa planejar e organizar a alimentação da criança sem que ela fique excluída da comemoração.
  • No caso de entrega de brindes e lembranças com alimentos que possam ser entregues por outras famílias, orientar sobre a criança alérgica e a importância dela também receber a lembrancinha.

*Dra. Renata Cocco, Coordenadora do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação de Alergia e Imunologia (ASBAI)

A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia existe desde 1972. É uma associação sem finalidade lucrativa, de caráter científico, cuja missão é promover a educação médica continuada e a difusão de conhecimentos na área de Alergia e Imunologia, fortalecer o exercício profissional com excelência da especialidade de Alergia e Imunologia nas esferas pública e privada e divulgar para a sociedade a importância da prevenção e tratamento de doenças alérgicas e imunodeficiências. Atualmente, a ASBAI tem representações regionais em 21 estados brasileiros.

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