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Prematuridade: dá para evitar?

Dra. Ligia Santos explica se é possível prevenir a prematuridade do bebê e evitar que ele nasça antes da hora

Fernanda Fernandes* Publicado em 20/06/2022, às 06h07

Dra. Ligia Santos, colunista do Papo de Mãe
Dra. Ligia Santos, colunista do Papo de Mãe

A prematuridade é a principal causa de mortalidade neonatal e é responsável por até 95% das mortes de bebês que não têm malformação. Por isso é preciso ter muito cuidado com essa questão, pois ela pode interferir no momento do parto e muitas vezes também pode deixar sequelas a longo prazo. 

Cerca de 15% dos prematuros, vão apresentar algum tipo de transtorno como: déficit cognitivo, alterações respiratórias, alterações oftalmológicas, entre outros.

Mas é possível prevenir a prematuridade do bebê e evitar que ele nasça antes da hora? A Dra. Ligia Santos, ginecologista e obstetra, explica que sim, e que é importante tentar evitar esse sofrimento tanto para a mãe quanto para a criança.

Assista ao vídeo completo:

Quem pode ter um bebê prematuro?

Ligia explica que ao falar sobre bebê prematuro, ela está focando em crianças que nascem antes da 37ª semana. Mas reforça que os maiores riscos ocorrem com as crianças que nascem antes da 34ª semana.

A médica também explica que existem muitos fatores que influenciam a prematuridade e que algumas mulheres estão mais propícias a terem bebês prematuros. Entre elas, estão as mulheres que engravidam nos extremos da vida reprodutiva - meninas com menos de 15 anos e mulheres com mais de 40 anos são gestantes de alto risco.

Muitas vezes essa prematuridade, também ocorre porque ou a mãe, ou o bebê, ou eventualmente os 2 estão com algum tipo de problema, como: hipertensão, restrição de crescimento, desenvolvimento de diabetes. Então essas mulheres de alto risco, têm mais chance de desenvolver doenças que podem interferir o bebê e, muitas vezes, antecipar o parto, não necessariamente porque ela entrou em trabalho de parto prematuro, mas porque essas doenças acabam interferindo na viabilidade vital ou no bem-estar da mãe.

Um outro grupo são pessoas que têm algum tipo de malformação uterina, como mulheres portadoras de mioma. Os miomas são tumores que ocupam espaço no útero, são benignos, mas eles podem atrapalhar a gestação e fazer com que ocorra um trabalho de parto antes da hora.

Nos casos de mãe de gêmeos, trigêmeos, quadrigêmeos, é muito natural que esses bebês nasçam antes da hora. Mulheres com o colo curto e com insuficiência istmo cervical, além das que usam substâncias lícitas ou ilícitas, também têm muita chance de desenvolver um trabalho de parto prematuro. 

Como evitar o trabalho de parto prematuro?

“A principal medida que você, gestante, pode ter para evitar trabalho de parto prematuro e todo o transtorno que ele carrega com ele, é iniciar o pré-natal precocemente, essa é a medida mais importante”, afirma Dra. Ligia.

A ginecologista reforça que ao descobrir a gravidez é imprescindível marcar uma consulta de pré-natal e começar a fazer os exames. Pois dessa forma, será possível fazer o diagnóstico de doenças prévias, descobrir que pode estar grávida de mais de um bebê, descobrir o colo curto, fazer controle de doenças crônicas ou doenças que eventualmente vão surgir durante a gravidez, tratar infecções. Além de receber outras orientações em relação a dieta e nutrição.

Realizar esse acompanhamento pode melhorar e maximizar as chances de um feto viável, desde que você faça o seu pré-natal logo no começo, e tome as orientações que o médico passar.

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Quais são os sinais que indicam um trabalho de parto prematuro?

Para perceber um trabalho de parto prematuro é importante prestar atenção no seu corpo. Lígia comenta que grávidas têm dores, o que é normal durante a gestação, principalmente nas costas, na região lombar e dor na frente na região pélvica. Mas é preciso estar atento para perceber se essas dores são genéricas ou se a mulher está tendo uma contração.

A contração, segundo a médica, é uma dor que parece uma cólica menstrual, pois é fruto da contração do útero. Mas tem algumas mulheres que não sentem cólica, que muitas vezes elas sentem uma dor na região lombar que vai irradiando para a frente, às vezes para a perna.

Porém se essas contrações forem frequentes e se a barriga está ficando dura, isso significa que a mulher pode estar entrando em trabalho de parto. Nesse caso é preciso ir ao hospital, independente da idade gestacional.

“Além da dor, existe a questão dos sinais de perda. Então, se eu tiver uma perda de catarro, perdendo líquido, sangrando, são sinais de que talvez o meu colo esteja abrindo e é preciso ir para o hospital”, complementa.

Por fim, a médica faz um alerta dizendo para as mamães prestarem atenção no seu corpo e nos sinais, e indica obedecer às orientações médicas, pois isso faz uma grande diferença para o seu bebê, tanto dentro da barriga como fora.

*Fernanda Fernandes é repórter do Papo de Mãe

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